"...Espíritos benfeitores obram sob o duplo véu do silêncio e do incógnito..."
Os estudos experimentais, já lançaram alguma  claridade sobre a vida do Além. Assim é que sabemos ser o mundo dos  Espíritos povoado de seres em número incalculável, ocupando todos os  degraus da escala da evolução. A morte não nos transforma, sob o ponto  de vista moral. No espaço, achar-nos-emos de novo com todas as  qualidades que houvermos adquirido, mas também com todos os nossos erros  e defeitos. Daí resulta que na atmosfera terrestre formigam almas  inferiores, sôfregas por se manifestarem aos humanos, o que às vezes  torna perigosas as comunicações e exige, da parte dos experimentadores,  um preparo laborioso e muito discernimento.
Esses estudos também demonstram que acima de nós há legiões de almas  benfazejas e protetoras, as almas dos que sofreram pelo bem, pela  verdade e pela justiça e que, esvoaçando sobre a pobre Humanidade,  procuram guiá-la pela senda de seu destino. Mais para além dos acanhados  horizontes da Terra, uma completa hierarquia de seres invisíveis se  distende na luz.Quanto à escolha das forças e  dos meios que os grandes Seres empregam para intervir no campo  terrestre, cumpre reconheçamos que o nosso saber é bem fraco para os  apreciar e julgar, que nossas faculdades são impotentes para medir os  vastos planos do invisível. O que sabemos é que os fatos aí  estão, incontestáveis, inegáveis. De longe em longe, através da  obscuridade que nos envolve, por entre o fluxo e refluxo dos  acontecimentos, nas horas decisivas, quando a Humanidade se  desencaminha, então, uma emanação, uma personificação da Potência  suprema desce, para lembrar aos homens que, acima do mundo em que se  debatem, recursos infinitos existem, que eles podem atrair a si por seus  pensamentos e apelos, e se grupam sociedades de almas, que eles  alcançarão um dia por seus merecimentos e esforços.
A intervenção, na obra humana, das altas  Entidades, a que chamaremos os anônimos do espaço, constitui uma lei  profunda, sobre a qual cremos dever insistir ainda, procurando torná-la  mais compreensível.
Em geral, já por mais de uma vez o dissemos, os Espíritos superiores que se manifestam aos homens não se nomeiam,  ou, se o fazem, tomam de empréstimo nomes simbólicos, que lhes  caracterizam a natureza, ou o gênero da missão em que foram investidos.
Mas, por que, ao passo que o homem neste mundo  se mostra tão cioso de seus menores méritos, tão apressurado em ligar  seu nome às obras mais efêmeras, os excelsos missionários do Além, os  gloriosos mensageiros do invisível se obstinam em guardar o incógnito,  ou em usar de nomes alegóricos? É que bem diferentes são as regras do  mundo terrestre e as dos mundos superiores, onde se movem os Espíritos  de redenção.
Aqui, a personalidade prima e absorve tudo. O eu  tirânico se impõe: é sinal da nossa inferioridade a fórmula  inconsciente do nosso egoísmo. Sendo imperfeita e provisória a presente  condição humana, é lógico que todos os atos do homem gravitem ao redor  de sua individualidade, isto é, do eu, que mantém e assegura a  identidade do ser, no estádio inferior de sua evolução, através das  flutuações do espaço e das vicissitudes do tempo.
Nas altas esferas espirituais dá-se o  contrário. A evolução se opera sob formas mais etéreas, formas que, em  certa altura, se combinam, associam e realizam o que se poderia chamar a  compenetração dos seres.
Quanto mais o Espírito sobe e progride na hierarquia infinita, mais se desbastam os ângulos de sua personalidade, mais o seu eu  se dilata e expande na vida universal, sob a lei da harmonia e do amor.  Sem dúvida, a identidade do ser permanece, porém sua ação se confunde  cada vez mais com a atividade geral, isto é, com Deus, que, em  realidade, é o ato puro.
Consistem o progresso infinito e a vida eterna  em nos aproximarmos continuamente do Ser absoluto, sem jamais o  alcançarmos, em confundirmos cada vez mais plenamente a obra que nos é  própria com a obra eterna.
Chegado a tão elevados cumes, o Espírito não  mais é designado por meio de tal ou tal nome; já não é um indivíduo, uma  pessoa, e sim uma das formas da Atividade infinita. Chama-se Legião.  Pertence a uma escala de forças e de luzes, tal como uma parcela da  chama pertence ao foco que a engendra e alimenta. É parte integrante de  imensa associação de Espíritos harmonizados entre si por leis de  afinidade luminosa, de sinfonia intelectual e moral, pelo Amor que os  identifica. Fraternidade sublime, ante a qual a Terra não passa de  pálido e fugidio reflexo!
Por vezes, desses grupos harmoniosos, dessas  plêiades rutilantes, um raio vivo se destaca, uma forma radiosa se  separa e vem, qual projeção de luz celeste, explorar, iluminar os  recônditos de nosso escuro mundo. Ajudar a ascensão das almas,  fortalecer uma criatura em hora de grande sacrifício, amparar a fronte  de um Cristo na agonia, salvar um povo, resgatar uma nação prestes a  perecer: tais as missões incomparáveis que esses mensageiros do Além  descem a cumprir.
A lei da solidariedade exige que os entes  superiores atraiam a si os Espíritos jovens ou retardados. Assim, uma  imensa cadeia magnética se desenrola pelo incomensurável Universo e ata  as almas e os mundos.
E, como a  sublimidade da grandeza moral consiste em fazer o bem por amor do bem,  sem propósito egoísta, os Espíritos benfeitores obram sob o duplo véu do  silêncio e do incógnito, a fim de que a glória e o mérito de seus atos  se reportem só a Deus e nele se reintegrem...
Fonte : http://anjodeluz.ning.com/profiles/blogs/a-hierarquia-de-seres-invis-veis-esp-ritos-superiores-que-se

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