sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A vida e seus caminhos

Desde que nascemos, muitos nos dizem que a coisa mais importante da vida é buscarmos segurança material, financeira, amorosa, etc.
Ouvimos isso quase que o tempo todo, ao longo de nossos dias… Mas essa segurança existe? É real?
O texto de hoje, de Elizabeth Cavalcante, vem refutar esse nosso antigo paradigma, dizendo que a natureza da vida é insegurança e cabe a nós aprendermos a enxergar isso como uma benção e oportunidade, não como uma dificuldade ou maldição.
Com certeza vale a pena a leitura. Vamos ao texto?
Segurança
Vivemos o tempo todo ansiando por segurança material, financeira, afetiva, enfim, por experimentar uma sensação de conforto absoluto, onde nada nos ameace.
Afinal, fomos ensinados desde cedo a buscar isto e ter este objetivo o principal de nossa vida. Pois, aprendemos, que é na segurança absoluta que reside a felicidade.
Infelizmente, não nos informaram sobre algo essencial: a natureza da vida é insegurança. A impermanência, principal característica de nossa existência, faz com que todo e qualquer desejo por segurança absoluta seja apenas uma ilusão.
Mudar nossa visão e aprender a encarar a insegurança não como uma maldição, mas como uma oportunidade valiosa de crescimento e evolução, é o nosso grande desafio.
Quando a vida nos surpreender com a quebra de nossa segurança, é essencial que não nos deixemos levar pelo desespero. Por mais difícil que seja, precisamos, nestas circunstâncias, lembrar do poder que existe dentro de nós e encontrar ali, a força necessária para vencer o obstáculo, com a certeza de que sairemos daquela situação, mais fortes e resistentes.
Buscar em nossa intuição o direcionamento para superar desafios, e encontrar soluções únicas para cada problema que nos aflige, é a única saída para que possamos viver na insegurança sem nos deixar dominar pelo medo.
Afinal, se nada é seguro e tudo pode mudar a cada instante, podemos fazer desta realidade uma motivação para vivenciar cada momento de maneira plena, sem deixar nada para amanhã. Assim, quando a roda da vida girar, nenhum arrependimento ou culpa poderá nos atingir, pois teremos desfrutado ao máximo desta experiência valiosa e única que é a vida.
“Vida é insegurança. Cada momento é um mover-se para uma insegurança cada vez maior. É um jogo. Nunca se sabe o que vai acontecer. E é belo que não se saiba. Se fosse previsível não valeria a pena viver. Se tudo fosse como gostaríamos, se tivéssemos certeza de tudo, não seríamos absolutamente homens, seríamos máquinas. Somente para as máquinas tudo é certo e seguro.
O homem vive em liberdade. A liberdade necessita de insegurança e incerteza. Um verdadeiro homem de inteligência está sempre hesitante porque não tem nenhum dogma no qual se apoiar. Ele tem que olhar e responder *.
Lao Tzu diz: ‘Eu hesito e ando alerta na vida porque não sei o que vai acontecer. E não sigo nenhum princípio. Tenho que decidir a cada momento. Nunca decido de antemão. Tenho que decidir quando o momento chega’.
Então, é preciso estar pronto para responder. Isto é responsabilidade. Responsabilidade não é uma obrigação, não é um dever – é a capacidade de responder. Um homem que quer saber o que é a vida tem que ser responsivo. 

…. Séculos de condicionamento fizeram de você uma máquina. Você perdeu a humanidade, trocou-a pela segurança. Você tem segurança e conforto e tudo foi planejado pelos outros. E eles puseram tudo no mapa, mediram tudo. E tudo é absolutamente tolice, pois a vida não pode ser medida, é imensurável. E nenhum mapa é possível porque a vida é um fluxo constante. Tudo está mudando. Nada é permanente, exceto a mudança. Heráclito diz: ‘Não se pode pisar duas vezes no mesmo rio.’
E os caminhos da vida são tortuosos. Não são como os trilhos de uma estrada de ferro. Não, a vida não corre em trilhos. E essa é a sua beleza, a sua glória, a sua poesia, a sua música – é sempre uma surpresa.
Se você estiver buscando segurança e certeza, os seus olhos se fecharão. E cada vez você se surpreenderá menos, e perderá a capacidade de se maravilhar, terá perdido a religião. Religião é a abertura de um coração maravilhado, é a receptividade para o mistério que nos circunda. 

Não busque segurança, não busque conselhos para viver a vida. As pessoas que me procuram e dizem, ‘Osho, como devemos viver nossas vidas?’, não estão interessadas em saber o que é a vida. Estão interessadas em estabelecer um padrão fixo. Estão mais interessadas em matar a vida do que em vivê-la. Querem que uma disciplina lhes seja imposta.
… Eu não estou aqui para isso. Estou aqui para ajudá-lo a tornar-se livre, inclusive de mim também. Quero ajudá-lo a livrar-se de mim. Meu sannyas é uma coisa muito paradoxal. Você se rende a mim para tornar-se livre. Eu o aceito e o inicio no sannyas para ajudá-lo a tornar-se absolutamente livre de todos os dogmas, de todas as escrituras, de todas as filosofias – e eu estou incluído nisto. O sannyas é tão paradoxal quanto a própria vida. E por isso é vivo. 
Portanto, não pergunte a ninguém como viver a vida. A vida é tão preciosa! Viva-a. Não estou dizendo que você não cometerá erros; cometerá. Lembre-se apenas de uma coisa: não cometa o mesmo erro duas vezes. Só isso. Se puder encontrar um novo erro a cada dia, faça-o. Mas não repita erros, pois isso é uma tolice. Um homem que pode encontrar novos erros para cometer, cresce continuamente. Esta é a única maneira de aprender, é a única maneira de chegar à própria luz interior”.
OSHO – A arte de morrer.
Um lindo final de semana a todos,
Namastê
Pedro Michepud
Fonte : Sabedoria Universal

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