domingo, 30 de outubro de 2011

Simplesmente observar...



 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cada vez mais percebo a intensidade do momento presente. Permanecer atento ao que É, pode parecer incrível, mas sempre é possível acessarmos camadas e mais camadas de atenção no aqui e agora; cada vez mais vejo que este aprofundamento, verdadeiramente não tem fim.
Quando começamos a nos "interessar" pelo momento presente, e vamos aos poucos aprofundando os sentidos naquilo que nos cerca... sons, luzes, cenas, pensamentos, sentimentos, memórias, enfim, tudo que acontece naquele instante...e se acontece é porque pertence a ele, não deve ser excluído, deve ser pelo contrário incluído, e transcendido, pois o novo momento já já chega e com ela a palheta de cores e tudo o mais já mudou... E assim vamos, aprofundando a consciência ao momento presente, sempre presente e sempre novo...isso é mesmo fascinante!
As camadas de percepção vão sendo apuradas e a mente vai ficado cada vez mais e mais naturalmente serena.
Mesmo que pensamentos venham, emoções, sentimentos eles vão sendo acolhidos, são observados também, como o canto do pássaro ao longe, ou sentido como o perfume da flor que está aqui perto. Observar o instante que se apresenta passa a ser uma diversão que não tem fim...Vamos apreciando literalmente, a tela da existência que vai sendo "pintada" bem ali na nossa frente, tendo "nós" mesmos incluídos nela, e tudo que se passa subjetivamente em "nós", também pertence igualmente a tudo que se passa "fora".
Com isso, vamos percebendo, que em verdade não existem momentos banais, menores ou sem importância, pelo contrário, tudo ganha um colorido e uma intensidade tão única, que diria que é como se tudo se tornasse uma sempre nova canção, uma poesia infinita, que vai se decorrendo, vai acontecendo continuamente sem qualquer propósito, sem qualquer objetivo, vai simplesmente acontecendo pelo simples prazer de acontecer...
Este estado de observação via nos transformando e vamos aos poucos aprofundando nela e nos tornando mais e mais silenciosos internamente; ou seja, aquelas identificações, julgamentos, análises, expectativas e comparações vão naturalmente desaparecendo e o relaxamento naquilo que acontece se torna nosso estado natural. Interagir com o momento deixa de ser uma luta, um conflito, ou alguma falta e passa simplesmente a ser amor, aceitação, cooperação, pelo simples fato de estarmos ancorados naquilo que se apresenta, seja lá o que for...
O encantamento ao que se apresenta vai crescendo na mesma proporção em que a serenidade e paz vão aumentando. Os detalhes que antes nos passavam desapercebidos, criam uma magia tão linda que os olhos e o coração ficam plenos de gratidão e de amor que se expande, se expande cada vez mais...Tudo sempre esteve aqui, diante dos nossos olhos, dentro do nosso coração, e nós sempre correndo daqui prá lá buscando algo que nunca chegava...
Na verdade o que "faltava", era apenas uma mudança de olhar...ao invés de ficar buscando, simplesmente perceber o que se encontra... já está, sempre esteve...aqui...e agora...
Os mestres nos ensinam que permanecer no aqui e agora nos leva a transcender aos diálogos da mente, já que a mente não controla o aqui e agora, ela sempre tenta nos deslocar para o ontem ou amanhã. Permanecer fluindo na simples observação do aqui e agora, é se deixar levar e mais que isso, é principalmente desfrutar daquilo que a existência nos trás, aprofundando na magia da cena, na magia da sinfonia divina, relaxadamente ancorados na paz da consciência que É...
Isto é meditação. Isto é realização. Isto é estar centrado no Ser...
Nada mais é necessário...
Amor
Fonte :  Maria Afonso em 30 outubro 2011 

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