sexta-feira, 30 de setembro de 2011

SÃO FRANCISCO DE ASSIS

 
                                                 
São Francisco nasceu em 1181/1182 em Assis na Itália, foi batizado com o nome de Giovanni di Pietri, mas seu nome foi mudado pouco tempo depois para Francisco, pois seu pai Petri di Bernardone era comerciante e viajava muito a França, mudou o nome do filho em homenagem ao local que fazia bons negócios. 
Em 1198 acontece um conflito em Assis, entre a nobreza e os comerciantes. Os nobres se refugiam em Perusa uma pequena cidade próxima de Assis, onde São Francisco ficou preso por um ano até o ano de 1204. Em Perusa também estava a família de Clara.
Ao voltar para Assis, São Francisco doente começa sua conversão gradual, se dedica a dar esmolas e oferece até suas roupas aos pobres, tem visões e começa a desprezar o dinheiro e as coisas mundanas. Até que ele se encontra com um leproso, lhe dá esmola e um beijo, e este acontecimento marcou tanto a vida dele que, dos muitos fatos ocorridos em sua vida, este foi o primeiro que entrou em seu Testamento, “pois o que antes era amargo se converteu em doçura da alma e do corpo”.
Outros encontros afirmaram ainda mais a vocação de São Francisco, nas ruínas da da igreja São Damião recebeu do crucificado o mandato de restaurar a Igreja. Obediente ao mandato, São Francisco pôs-se logo a trabalhar. Reconstruiu três pequenas igrejas abandonadas: a de São Damião, a de Santa Maria dos Anjos e a de São Pedro.
Seu pai, envergonhado do novo gênero de vida adotado por Francisco, queixou-se ao bispo de Assis da prodigalidade do filho e, diante do prelado, pediu a Francisco que lhe devolvesse o dinheiro gasto com os pobres. A resposta foi a renúncia à vultosa herança: despindo, ali, suas vestes, Francisco exclamou: “... doravante não direi mais pai Bernardone, mas Pai nosso que estás no céu...”
                   
 
A partir desse momento passa a viver na pobreza, e inicia a ordem franciscana, cresce o número de companheiros, 1209 já são 12. Cria uma regra muito breve e singela, que o papa Inocêncio III aprova em 1210, e cujas diretrizes principais eram pobreza e humildade, surge assim a Fraternidade dos Irmãos Menores, a Primeira Ordem.
No Domingo de Ramos de 1212, uma nobre senhora, chamada Clara de Favarone, foi procurar Francisco para abraçar a vida de pobreza. Alguns dias depois, Inês, sua irmã, segue-lhe o caminho. Surge a Fraternidade das Pobres Damas, a Segunda Ordem. Aqueles que eram casados ou tinham suas ocupações no mundo e não podiam ser frades ou irmãs religiosas, mas queriam seguir os ideais de Francisco, não ficaram na mão: por volta de 1220, Francisco deu início à Ordem Terceira Secular para homens e mulheres, casados ou não, que continuavam em suas atividades na sociedade, vivendo o Evangelho.
A Ordem Francisca cresceu com o passar dos anos. Em 1219 houve uma grande expansão para a Alemanha, Hungria, Espanha, Marrocos e França. Neste mesmo ano São Francisco vai em missão para o Oriente. Durante sua ausência, vigários modificam algumas regras da Ordem e no mesmo ano de 1219 São Francisco se demite da direção da Ordem.
                                               
 
Com o crescimento da Ordem, quase 5.000 frades em 1221, uma nova regra foi escrita por São Francisco em 29 de novembro de 1223 que foi aprovada pelo papa Honório. É a que vigora até hoje.
Em 1224 no dia 17 de setembro São Francisco recebeu as chagas de Jesus crucificado em seu próprio corpo, este fato ocorreu no Monte Alverne, um dos eremitérios dos frades.
Os últimos escritos de São Francisco são entre 1225 e 1226, dentre eles o Cântico das Criaturas e o Testamento. Nestes mesmos dois anos, Francisco vai a vários lugares da Itália para tratar de suas vistas. Passa por diversas cirurgias. Morre aos 03 de outubro de 1226, num sábado.
Morreu nu aquele que começou a vida de conversão nu na praça de Assis diante do bispo, do pai e amigos. Morreu ouvindo o Evangelho de João, onde se narra a Páscoa do Senhor, aquele que recebeu os primeiros companheiros após ouvir o Evangelho do envio dos apóstolos. Foi sepultado no dia 04 de outubro de 1226, Domingo, na Igreja de São Jorge, na cidade de Assis.
 
                                                  
 
São Francisco de Assis foi canonizado em 1228 por Gregório IX e seu dia é comemorado em 04 de outubro.
Em 25 de maio de 1230 os ossos de São Francisco foram levados da Igreja de São Jorge para a nova Basílica construída para ele, a Basílica de São Francisco, hoje aos cuidados dos Frades Menores Conventuais.
FONTES
http://www.saofranciscodeassis.hpgvip.ig.com.br
http://blog.cancaonova.com/ananeri/2007/10/03/cronologia-vida-de-sao-francisco-de-assis/
 
                                                  
 
 
 
Os antigos biógrafos e hagiógrafos de São Francisco de Assis atestam que a sua vida caracterizava-se por uma manifestação de intensa alegria. Segundo Tomás de Celano, a "costumeira alegria" (1Cel 2,5) de Francisco era tão intensa que, para extravasá-la, "de vez em quando, colhia do chão um pedaço de pau e, colocando-o sobre o braço esquerdo, mantinha um pequeno arco curvado por um fio na mão direita, puxando-o sobre o pedaço de pau como sobre um violino e, apresentando para isto movimentos próprios, cantava em francês" (2Cel 90,127). Assim, através de muitos outros relatos semelhantes, explicita-se que Francisco era "naturalmente sorridente e jovial".O semblante de Francisco irradiava uma indizível alegria, inclusive nos momentos mais difíceis e até dramáticos de sua existência (1Cel 5,10). Conta-se que um dia, ao caminhar alegremente por um bosque, de repente, foi atacado por ladrões. Bateram nele e o atiraram em um barraco, cheio de muita neve. Mas ele, assim que os ladrões se retiraram, saltou para fora da fossa e, com alegria redobrada, começou a cantar em alta voz louvores ao Criador de todas as coisas (1Cel 7,16). Relata-se também que Francisco conservou sua alegria mesmo no cárcere, em Perúgia. Os seus companheiros de prisão o consideraram um louco porque, "enquanto eles estavam tristes, ele [...] não parecia entristecer-se, mas de certo modo [parecia] alegrar-se" (3Soc 4).No entanto, relata Celano, que Francisco inflamou-se de peculiar alegria, a ponto de não caber mais em si (1Cel 3,7), ao descobrir a sua razão principal de viver, ou melhor, quando "mostrou-lhe o Senhor o que convinha fazer" (1Cel 3,7). Em outras palavras, alegrou-se sobremaneira quando o Altíssimo "fixou sobre ele o seu olhar" (2Cel 10,12) e lhe revelou que a felicidade (beatitudo) não está no âmbito da fortuna, istoé, na ordem do ter, do poder, do saber, das honras e dos prazeres do corpo, mas do ser. O Altíssimo lhe mostrou que "muito mais felizes são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática" (Lc 11,28). E à medida que Francisco dispôs-se a obedecer à Palavra de Deus, revelou ao mundo que oEvangelho é fonte de inesgostável alegria e que a felicidade nasce da conformidade íntima entre o que se quer e o que se vive.De fato, o Pobre de Assis alegrou-se muito com a descoberta do dom de sua vocação de ser feliz nasequela Christi. E essa alegria se intensificava sempre mais cada vez que alguém o procurava com o desejo de ser feliz à maneira dele e, "levado pelo espírito (cf Mt 4,1) de Deus, vinha para receber o hábito da santa Religião" (1Cel 12,31). Ele recebia cada irmão benignamente, isto é, como dádiva divina. Basta recordar aqui a peculiar alegria que tomou conta de Francisco quando Frei Bernardo associou-se a ele, pois, "o Senhor parecia ter cuidado dele, dando-lhe o companheiro necessário e o amigo fiel" (1Cel 10,24).A fraternidade é, portanto, um dom de Deus, bem como é dádiva divina a alegria que extravasam os irmãos à medida em que se unem e, em comunhão dialógica, respondem ao chamado do Senhor de viver e anunciar o Evangelho de Jesus Cristo. A vida em fraternidade é fonte de alegria porque a felicidade está arraigada em ter a quem amar e amá-lo efetivamente. Por conseguinte, na vida humana, ou melhor, na vida em fraternidade existe tanto de alegria quanto há de amor. A caridade é realmente fonte e expressão de alegria, conforme atesta o seguinte relato de Tomás de Celano: "Com quanta caridade os novos discípulos de Cristo se abrasavam! Quão grande amor de companheirismo vigorava neles! Pois, quando se reuniam em algum lugar, ou se encontravam no caminho, como acontece, resplandecia o fogo do amor espiritual, espargindo sobre todo amor as sementes da verdadeira afeição. Como? Abraços castos, afetos suaves, ósculo santo, conversa agradável, riso modesto, fisionomia alegre, olhar simples (cf. Mt 6,22), ânimo suplicante, língua que abranda, resposta delicada (cf. Pr 15,4.1), o mesmo propósito, pronto serviço e mão infatigável" (1Cel 15,38).O pai Francisco deu tanta importância à atitude de permanente alegria dos frades que a colocou como preceito em sua primeira Regra: "E cuidem [os frades] para não se mostrar exteriormente tristes e sombriamente hipócritas; mas mostrem-se alegres no Senhor (cf. Fl 4,4), sorridentes e convenientemente simpáticos" (RnB 7,16). E os irmãos que apresentavam um rosto desanimado, cabisbaixo, sisudo e triste eram severamente admoestados por Francisco (2Cel 41,128), pois, considerava essas expressões de vida incompatíveis com uma opção de vida segundo o Evangelho de Cristo. Além disso, um irmão acabrunhado, choroso e desolado é facilmente levado a alegrias vãs (2Cel 88,125). Esse torna-se presa fácil dos demônios, visto que, diz Celano, "o demônio exulta acima de tudo, quando pode [roubar] ao servo de Deus a alegria de espírito" (2Cel 88,125).Por conseguinte, a melhor arma ou o remédio mais eficaz contra toda espécie de vício é a alegria espiritual. E a alegria espiritual radica-se na virtude da caridade. Quem a possui é feliz e "os demônios não podem ofender o servo de Cristo, quando o virem repleto de santa alegria" (2Cel 88,125). Francisco, na Saudação às Virtudes, enfatiza que "a santa caridade confunde todas as tentações diabólicas e carnais e todos os temores (cf. 1Jo 4,18) da carne" (SV 13). Quem possui uma virtude e não ofende asoutras tem todas e com elas confunde todos os vícios e pecados. Foi, portanto, dessa forma que Francisco manteve-se sempre na alegria do coração (2Cel 88,125).A alegria do coração puro de Francisco e dos seus companheiros transborda para fora dos limites da Fraternidade constituída pelos irmãos na Ordem. Os irmãos, extravasando de alegria divina, vão ao encontro de todos os seres humanos, especialmente dos mais necessitados. É um dever alegrar-se junto aos menos favorecidos, conforme lê-se na Regra não Bulada: "os irmãos devem alegrar-se quando conviverem entre pessoas insignificantes e desprezadas, entre os pobres, fracos, enfermos,leprosos e os que mendigam pela rua" (RnB 9,2).Todavia, a alegria franciscana deve estender-se natural e necessariamente a todos os seres do universo. Pois, todos têm a sua razão de ser em Deus que os cria livremente e, por isso, são diferentes manifestações da potência, da sabedoria e da suprema bondade de Deus. O sol, a lua, as estrelas, a terra, a água, o fogo e o vento são fontes de admiração e de inefável alegria para Francisco, porque cada criatura, na sua irrepetível singularidade, é conhecida, amada e criada no Filho e pelo Verbo eternode Deus Pai. Enfim, Francisco, após um longo e gigantesco esforço de purificação, exultante de alegria, compôs os louvores ao Criador: "Louvado sejas meu Senhor, com todas as tuas criaturas".No entanto, a alegria franciscana somente chega ao ápice da perfeição no cumprimento das santíssimas palavras e obras do Senhor: "Amai vossos inimigos e fazei o bem àqueles que vos odeiam" (cf. Mt 5,44)(RnB 22,1). Nosso Senhor promete a eterna alegria como recompensa àqueles que acolhem com amor aos seus inimigos: "Felizes sereis quando vos insultarem e perseguirem e, por minha causa, disserem todo tipo de calúnia contra vós. Alegrai-vos e exultai, porque grande será a vossa recompensa noscéus" (Mt 5,11-12). A alegria consuma-se, portanto, num amor tão intenso que não apenas suporta, mas abraça pacientemente e de bom coração as injúrias, os opróbrios e desprezos "por causa de Jesus Cristo e da caridade de Deus".No diálogo de Francisco com Frei Leão acerca da Perfeita Alegria, evidencia-se que o ser humano recebeu do Espírito Santo o carisma de "vencer-se a si mesmo" (Fior 8) até o total abandono de si: "Pai, em tuas mãos entrego meu espírito" (Lc 23, 46). O amor de Deus expresso na Cruz de Jesus Cristo é, portanto, o mistério íntimo da Perfeita Alegria de Francisco e seus primeiros companheiros. Por fim, evocamos a inaudita alegria que Francisco experimentou nos momentos mais agudos de sofrimento que precederam sua morte corporal. Na iminência da morte, já com o corpo bastante debilitado pela enfermidade, "rindo e alegrando-se, tolerava de muito boa vontade o que era a todos penoso e insuportável olhar" (1Cel 8,107). De fato, a real proximidade da hora extrema da morte não lhe causou tristeza, pois, "tendo amado até o fim os frades seus filhos, recebeu a morte cantando" (2Cel162,214). Assim, Francisco, no auge de sua maturidade humana e espiritual, cheio de esplendor e alegria, de que os irmãos muito se maravilharam, passou da presente à bem-aventurada vida (Fior 6).Portanto, Francisco possuía, sim, uma índole alegre. Porém, transbordou realmente de "alegria espiritual" (2Cel 88,125) ao optar livremente pelo Evangelho de Jesus Cristo, fonte de genuína e inesgotável alegria. A alegria plena encontra-se na interioridade mais íntima da alma humana, isto é, na "inocência matinal" do total desprendimento e na posse de Deus. A existência de Francisco foi expressão de "inaudita alegria" (2Cel 137,181) porquanto deixou-se impregnar e enlevar pelo espírito da jovialidade de Deus, que amorosamente se humanizou em Jesus Cristo, para que pudéssemos encontrar em sua Cruz a nossa perfeita e eterna alegria.
 
 
 
 
 
 
 
FONTE : PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL
http://www.franciscanos.org.br/v3/vidacrista/artigos/mannes_171008/ 
 
Fonte : Portal dos Anjos e das Estrelas de Avalon
 

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