quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Lutar ou fugir: como o nariz sabe o que fazer


Gatos arqueiam as costas quando sentem o cheiro de um rival e os ratos correm para longe do cheiro de uma raposa. Mas como é que o nariz sabe quem ou o que está à espreita? Cientistas identificaram vários receptores especiais no nariz dos animais que reagem a cheiros específicos de outros.
São esses receptores que avisam o cérebro se o animal precisa fugir, tornar-se grande e assustador, ou mesmo seduzir um companheiro.
De acordo com pesquisadores, animais selvagens necessitam ser capazes de reconhecer outros animais, se eles são predadores, parceiros em potencial ou rivais. Muitos deles dependem do olfato, pois eles podem distinguir os encontros baseados em produtos químicos.
As experiências em ratos mostram que mais de receptores do animal são dedicados a farejar os predadores do que para a detectar companheiros.
Quando um gato ou rato sentem os compostos químicos secretados por outros animais, eles ativam um sensor especial no nariz chamado órgão vomeronasal. Este órgão, que é encontrado em muitos animais e consiste em um conjunto de receptores, envia um sinal para o cérebro, que interpreta o sinal e entra em ação (nos humanos, embora tenham perdido este órgão, o nariz também reage de várias maneiras a estímulos químicos).
O primeiro receptor foi descoberto a mais de 15 anos atrás, mas os pesquisadores só agora estão descobrindo que receptor responde a que tipo de sinal químico.
Os cientistas expuseram os animais a diversas substâncias químicas para determinar quais delas eles podem estar reconhecendo e como esses receptores são especializados.
Os experimentos foram feitos com ratos, utilizando um método especial para identificar os receptores nasais que estão associados com diferentes respostas vomeronasais. Eles marcaram os neurônios dos roedores com um composto que os fariam brilhar quando fossem ativados. Assim, também pode ser observado que neurônios expressam que receptores.
Animais dependem de produtos químicos secretados pelos outros para identificar os indivíduos de sua própria espécie e os de outras espécies. Para a surpresa dos pesquisadores, a maioria dos receptores encontrados foram feitos para responder a cheiros de outras espécies, especialmente aqueles de predadores.
Os ratos têm respostas comportamentais diferentes a esses produtos químicos. Se sentem as substâncias de um predador, como uma raposa, eles tremem no canto de suas gaiolas.
E se o animal tem de reconhecer todos os seus possíveis predadores para sobreviver… bom, então provavelmente ele precisará de uma grande quantidade de receptores. Alguns são tão especializados que até sabem qual o tipo de predador – réptil, furão, um mamífero qualquer ou raposa.
O órgão vomeronasal de um ser humano parece desaparecer durante o desenvolvimento fetal. Apesar disso, alguns estudos argumentam que temos alguns perfumes que podem ditar nosso comportamento. Mas com certeza você não vai ver nenhum homem saindo correndo por aí porque sentiu o cheiro de um predador. [LiveScience]

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