quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A Virgem Maria Ismael de Almeida



Os dias voavam! Voavam como pétalas de flores que o vento levava por  vales e montanhas. E os dias passavam como se movidos pelos  dedos inexoráveis do tempo.
E na humilde Belém,  Maria era um raio de sol, estrela dadivosa em noite escura.
Era Maria um beijo de aurora sobre um jardim de lírios.
Era Maria uma pomba mística que cantava salmos de louvores  a Deus.
E os olhos ternos de Maria, era um esplendor  a espera do amor.
E quando o sol nascia no horizonte, iluminava o rosto de Maria, vaso elegido pela divindade para receber o verbo divino.
E Maria a virgem dos cabelos cor de bronze e olhos cor de avelã, sempre molhados de orvalho, vestia a túnica  de linho, coroada de rosas brancas, em suas núpcias com o artesão José de Nazaré,  no santo matrimônio, ordenado pelo sacerdote Simão de Bethel.
E o humilde lar de José com a chegada de Maria,  ficou esplendente de ondas de luz, paz e amor. E a infinita doçura de uma paternidade, que o assemelhava a Deus, trouxe a José, divinas melodias  que inebriavam sua alma iluminada.
E  no entardecer, numa tarde de outono, uma melodia ecoou no lar de Maria:  Deus te salva Maria!  És cheia de graça!  És bendita entre as mulheres!  E bendito é o que nascerá de ti o filho do Altíssimo!
Aleluia!  Maria Aleluia! 
Canta mulher do silencio, porque tua gloria sobrepõe todas às glorias.
Em Nazaré, Belém e Jericó, os anciãos cantavam louvores a Deus.
Manda Senhor tua luz a Terra, que está mergulhada em trevas!
Manda Senhor água de misericórdia porque padecemos sede de luz e amor!
Dá-nos  Senhor o pão moreno da justiça divina!
E o filho do Altíssimo, o verbo feito carne, descerá dos átrios de luz para este vale de sombras, para salvar os filhos dos homens.
O divino amor sabia que a humanidade terrestre, estava já nos estertores da tolerância da lei divina. É a sentença de aniquilamento para orbes que após idades e idades, não aprenderam  a lei do amor.
Todos os guias de humanidades, os eleitos instrutores de mundos,  sabem e conhecem o terrível processo da eterna lei, para humanidades que não aprenderam em seus corações a lição do amor.
Só uma infinita oleada de amor podia desfazer a tremenda catástrofe que pairava qual cutelo, sobre o pescoço de almas de corações  gelados, embrutecidos no mal.
Só o eterno amor do Criador de mundos e sois, podia modificar as formidáveis correntes de aniquilamento, prontas a desencadear, como fúria vulcânica sobre a humanidade.
E  só o amor vivificante que sustenta milhares de universos, sois e mundos, podia dar o beijo de salvação que pouparia  outros mundos delinqüentes iguais a Terra.
O amor é piedade!
O amor é misericórdia!
O amor é redenção!
E  Maria a doce Maria, que vivia mais no infinito que nas paragens terrenas, foi o vaso elegido para receber em seu seio, o filho do Altíssimo. E o eterno amor veio para os seus amados. O pássaro solitário para o seu ninho.
E Maria, a doce Maria, flor de açucena, perfume de rosas,  olhar de arco íris, abrigou em seu seio  o messias salvador de humanidades.
Bibliografia:  Hilarião de Monte Nebo. Harpas Eternas

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