Os  seres humanos tem mania de imaginar o passado como “maior” que o  presente; isso porque nos parece que os antigos tinham algum  conhecimento que nós perdemos. Tal ideia é reacendida por descobertas  arqueológicas esplêndidas de cidades importantes que ninguém sabia que  existiam antes.
Cidades sempre  caíram em desuso por uma variedade de razões, e sem uma população  residente, ficaram perdidas na história por séculos até serem  redescobertas. Confira essa lista que se concentra em cidades que foram  abandonadas, esquecidas e redescobertas mais tarde:
1 – Pavlopetri – Grécia

Sempre que cidades  perdidas são discutidas, Atlântida vem à mente. Embora não haja uma  forte evidência de que Atlântida realmente existiu, além do conto  alegórico de Platão, muitas cidades sofreram o destino suposto de  Atlântida: ser engolida pelo mar.
Pavlopetri era uma  cidade pré-Grécia Clássica, que foi erguida na Idade da Pedra e  persistiu até 1.000 a.C. O local submerso ofereceu aos arqueólogos uma  perspectiva única sobre a vida no momento. A cidade foi provavelmente  submersa pela elevação dos mares e a subsidência do solo causada por  terremotos. Como o nível do mar oscilou muito ao longo da existência  humana, é provável que outros locais existam nos oceanos aguardando  descoberta.
2 – Palácio Cliff – EUA

O povo Pueblo,  nativos americanos do sudoeste dos EUA, são nomeados pelas aldeias  (Pueblos) que construíram. Embora existam comunidades pueblos ainda  hoje, o Anasazi, uma sociedade pluebo antiga, floresceu entre 900 e 1200  d.C.
“Cliff Palace”  (Palácio Cliff) foi construído nesta época de ouro dos Anasazi; a  maioria dos edifícios é datado de 1.200 d.C. A ocupação do local foi de  curta duração e abandonada por volta de 1.300 d.C. Ele permaneceu  desconhecido no deserto até 1888.
O nome do local é  meio equívoco, já que é mais como uma aldeia do que o que nós entendemos  como um palácio. Embora a razão para o abandono da área não seja certo,  a teoria amplamente aceita é que a primeira das grandes secas, que tem  sido associada ao colapso da idade de ouro Anasazi, interrompeu a  agricultura em toda a região.
3 – Akrotiri – Santorini

A civilização  minóica de Creta é nomeada em homenagem ao mítico rei Minos, construtor  do labirinto. Há pouco material escrito da civilização, então não  sabemos como eles chamavam a si mesmos. A civilização inteira foi  esquecida até a virada do século 20. Com a descoberta do grande palácio  de Cnossos, as glórias dos minóicos foram redescobertas.
Mas, em vez do  conhecido Cnossos, nessa lista está um posto avançado dessa civilização,  Akrotiri, que fica na ilha de Santorini. Santorini, ou Thera, é a casa  do vulcão Thera. Pensa-se agora que a explosão de Thera, por volta de  1.600 a.C., uma das maiores erupções na história, provocou o colapso do  império. A descoberta de Akrotiri, em 1967, trouxe à luz frescos  excepcionalmente bem preservados, casas de até três andares, e um  complexo planejamento. O sistema de abastecimento de água sugere que o  povo de Akrotiri tinha acesso a água corrente quente e fria, com a água  quente fornecida pelo vulcão que os destruiu.
4 – Tikal – Guatemala

A cidade maia de  Tikal foi a capital de um reino maia e uma grande cidade do Novo Mundo. O  local foi ocupado entre 200 e 900 d.C. Graças à preservação quase  perfeita da cidade, se sabe muito sobre a grandeza de Tikal no seu auge,  assim como os reis poderosos que governaram lá.
Enquanto o local é,  por vezes – como outras ruínas do Novo Mundo – listado como  “misteriosamente” abandonado, pesquisas mostram que a terra não poderia  suportar o grande número de pessoas reunidas lá. O abandono ocorreu ao  longo de vários anos, e a cidade foi deixada para as selvas.
Parece, no entanto,  que alguns moradores sabiam da sua existência durante esses anos, e  rumores de uma cidade perdida na área persistiram. A primeira expedição  organizada a cidade ocorreu em 1848. O que eles encontraram foi um dos  maiores sites de sobreviventes do Novo Mundo. Existem pirâmides de até  70 metros de altura, palácios reais, monumentos e uma arena para jogar  um jogo de bola maia.
5 – Timgad – Argélia

Timgad é a cidade  perdida arquetípica das histórias de aventura. No passado uma cidade  vibrante, fundada no deserto por ordem do imperador Trajano, sobreviveu  às revoltas do império e cresceu a uma cidade de comércio de grande  porte.
No século 5,  renasceu como um centro da vida cristã. No século 7, vândalos levaram ao  completo abandono da cidade. Nisso, as areias do Saara cobriram o local  e o preservaram até sua redescoberta, em 1881. Agora, as ruínas da  cidade dão um insight brilhante sobre cidades romanas das províncias  africanas. As ruas seguem um design perfeito, como seria de esperar de  uma cidade construída sob encomenda. Hoje, pode-se ver o arco de  Trajano, os locais de banhos e o templo de Júpiter. O templo é tão  grande quanto o panteão em Roma, mostrando a importância da cidade. No  fórum, lê-se a inscrição: “Para caçar, tomar banho, jogar e rir. Esta é a  vida!”.
6 – Machu Picchu – Peru

Nenhuma lista de  cidades perdidas está completa sem Machu Picchu. Esta cidade inca fica  em um pico nos Andes. Foi apenas habitada por um curto período de tempo,  de 1450 a 1572 d.C., antes de ser abandonada como resultado da  conquista espanhola da América do Sul.
Como os espanhóis  nunca encontraram a cidade, e moradores não revelaram a sua localização,  Machu Picchu só chamou a atenção do Ocidente no início do século 20.  Ainda há debate sobre a “função” de Machu Picchu: seria um retiro real,  um santuário religioso?
Hoje, é fácil  chegar até lá, com ônibus e trens regulares. Isto levou a preocupações  sobre a sustentabilidade de um grande número de visitantes, no entanto,  dadas as vistas maravilhosas e as ruínas esplêndidas, não dá pra deixar  de ir até a região.
7 – Mohenjo-daro – Paquistão

Junto com as  civilizações egípcia e mesopotâmica, a civilização do Vale do Indo é  considerada uma das mais antigas do mundo. A civilização do Vale do Indo  atingiu o seu pico cerca de 2000 a.C., embora seja consideravelmente  mais velha.
Ciência, comércio,  artesanato, religião e agricultura progrediram notavelmente. A natureza  avançada desta civilização pode ser vista em Mohenjo-daro, com as suas  ruas ordenadas e sistema de drenagem. Ao contrário de outros locais  desta lista, não há palácio ou complexo, ou templo. Isso levou alguns a  considerar a civilização do Vale do Indo como igualitária, no entanto  sabemos muito pouco das pessoas que viviam em Mohenjo-daro, de modo que  tal declaração não é definitiva. A inundação parece ter destruído a  cidade, e novas cidades foram construídas diretamente sobre as ruínas. O  que causou seu abandono final não é claro, mas ocorreu por volta de  1800 a.C. Mohenjo-daro só foi redescoberta em 1922.
8 – Petra – Jordânia

A inclusão de Petra  nessa lista pode se provar controversa, já que se pode questionar se  estava realmente perdida. Foi certamente abandonada, mas pode ter sido  muito bem conhecida pelos locais.
De qualquer forma,  ela foi perdida do conhecimento ocidental por pelo menos mil anos. Ela  foi levada para o domínio romano em 103 d.C. A cidade floresceu no  deserto até que um terremoto destruiu seu sistema de água vital. Com  outras cidades disponíveis, pareceu mais fácil simplesmente abandonar o  local do que o reconstruir.
A partir de então, o  local foi deixado pelo deserto, atraindo apenas viajantes curiosos e  ladrões de túmulos. Agora, é um dos grandes sites arqueológicos no  Oriente Médio. A cidade é meia construída, meia esculpida nas rochas  vermelhas das colinas que habita. A arquitetura é uma fusão de nabateu,  romano, grego e nativo.
9 – Tróia – Turquia

“Cante, ó Musa, a  ira de Aquiles, filho de Peleu”. Assim começa a Ilíada de Homero, o  texto fundamental da literatura ocidental. Por toda a importância  colocada na Ilíada, foi por muito tempo pensado que Tróia era tão mítica  quanto Atlântida.
Então, em 1871, um  classicista autodidata, Heinrich Schliemann, financiou uma escavação em  uma colina em Hissarlik. Lá, onde em tempos antigos uma cidade chamada  Ilium (assim Ilíada) tinha estado, eles descobriram enormes muralhas  defensivas do tipo descrito por Homero.
Bem como as  muralhas de Tróia, Schliemann descobriu joias de ouro que mostrou como  as joias de Helena. Este tesouro que se pensava perdido após a Segunda  Guerra Mundial foi, de fato, saqueado pelos soviéticos e pode ser  encontrado no museu Pushkin.
Escavações modernas  do local revelam que a cidade era grande, grande o suficiente para ser a  base da lenda antiga. Eles também descobriram que foi fundada por volta  de 3000 a.C. e destruída várias vezes. Cada nova cidade foi construída  sobre as ruínas da passada. Há um intenso debate sobre qual destas  camadas pode se relacionar com a cidade sitiada pelos gregos.  Curiosamente, as paredes poderosas da cidade teriam muito superado  qualquer armamento de cerco disponível por atacantes – isso é o que a  Ilíada descreve, e explica a necessidade de trapaças como o cavalo de  Tróia.
10 – Pompéia e Herculano – Itália

“Havia alguns com  tanto medo da morte, que rezavam para morrer”. Isso escreveu Plínio, o  Jovem, sobre a erupção do Monte Vesúvio em 79 d.C.
Seu tio, o grande  ancião Plínio, tinha tomado a frota romana em toda a baía de Nápoles  para resgatar as pessoas presas no sopé do vulcão. A expedição custaria a  Plínio, o Velho, sua vida, conforme as cidades de Pompéia e Herculano  foram sufocadas em cinzas.
As cinzas, que  destruíram tantas vidas, perfeitamente preservaram as duas cidades por  1.700 anos. Enquanto muitas vezes nós pensamos nos antigos romanos como  um povo habitando um mundo perfeito de mármore branco, Pompéia revela  uma cidade real, com muitas características que reconheceríamos hoje.
Slogans políticos  são pintados nas paredes – “Vote para Sabino Popídio Lucius!” – e há  grafites nas paredes dos banheiros. Um mural mostra um motim que ocorreu  ao redor do anfiteatro na cidade. Ela tem sido uma mina de ouro para os  arqueólogos e é um local turístico. Ao contrário de outras cidades,  aqui você ainda pode ver alguns de seus habitantes; pontilhados ao longo  das ruínas, estão os fantasmas medonhos dos mortos cujos corpos  deixaram buracos nas cinzas.[Listverse]Hype science
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