Quanto ao ser humano, somente o espírito que está nele é que conhece tudo sobre ele.
Anteriormente falamos no espírito: quem é (filho de Deus), do seu “nascimento” (gerado por Deus, simples e ignorante) e do processo de evolução (cumprir missões através de encarnações para atingir a “sabedoria” sem perder a pureza).
Mas, de que forma o espírito “vive” uma encarnação, ou seja, como ele cria e vivencia suas provas? Será isto que iremos ver neste trecho.
Anteriormente falamos no espírito: quem é (filho de Deus), do seu “nascimento” (gerado por Deus, simples e ignorante) e do processo de evolução (cumprir missões através de encarnações para atingir a “sabedoria” sem perder a pureza).
Mas, de que forma o espírito “vive” uma encarnação, ou seja, como ele cria e vivencia suas provas? Será isto que iremos ver neste trecho.
Toda provação do espírito durante o processo de elevação está baseada numa premissa básica: aprender a amar a Deus sobre todas as coisas. Aquele que quer aproximar-se de Deus precisa compreender que apenas o Pai “sabe” a Realidade das coisas e que, portanto, deve omitir-se a ter opiniões individuais.
Aquele que ama a Deus sobre todas as coisas segue a liderança do Pai sem questionamentos, medos ou dúvidas. Entrega-se de uma maneira incondicional ao Senhor do Universo, respeitando-O e amando-O incondicionalmente.
Aí está o objetivo final da evolução espiritual: aprender a conviver com Deus sem individualismos. O espírito que alcança a sua elevação espiritual permanece uma individualidade, mas integra-se perfeitamente ao Todo Universal anulando todo individualismo.
Esta é a missão que o Pai dá aos seus filhos. Ela foi retratada simbolicamente na história de Adão e Eva.
Depois o Deus Eterno plantou um jardim na região do Éden, no Leste, e ali pôs o homem que ele havia formado. O Deus Eterno fez que ali crescessem árvores lindas de todos os tipos, que davam frutas boas de se comer. No meio do jardim ficava a árvore que dá vida e também a árvores que dá o conhecimento do bem e do mal.
A “árvore que dá o conhecimento do bem e do mal” é a cultura, o conhecimento, a lógica. Os seus frutos, as verdades que cada um crê, determinam se os acontecimentos do universo são “bons” ou “maus”.
Os seres humanos precisam compreender que nada do que crêem sobre as coisas do universo é absoluto, ou seja, eterno (dura para sempre) e universal (igual para todos). Tudo o que eles acreditam é relativo, ou seja, são verdades temporárias e que só servem para eles mesmos.
No entanto, não é assim que vivem. Transformam suas crenças em verdades absolutas e, a partir delas, “julgam” as coisas planetárias.
Se você por acaso não gosta da combinação do verde com o amarelo, isto é um padrão seu apenas, mas que não representa algo “certo”. Outras pessoas podem gostar desta combinação sem estarem “erradas” por isto.
No entanto, você acredita-se capaz de, por exemplo, ditar a combinação “certa” das cores, porque possui dentro de si armazenada em sua memória uma verdade que é interpretada como absoluta. Esta “verdade” é o fruto da árvore do conhecimento que Deus plantou como “prova” para os espíritos no “Jardim do Éden”.
Então, o Deus Eterno pôs os homem no jardim do Éden, para cuidar dele e nele fazer plantações. E o Eterno deu ao homem a seguinte ordem:
- Você pode comer as frutas de qualquer árvore do jardim, menos da árvore que dá o conhecimento do bem e do mal. Não coma a fruta dessa árvore, pois, no dia em que você comer, certamente morrerá.
Está criada a prova. Deus colocou no mundo a árvore do conhecimento que dará “frutos” (verdades), mas disse ao espírito que ele não deve comer delas. Por que?
Porque quando se alimenta de verdades (acredita nelas como absolutas) o espírito afasta-se de Deus. A partir delas, como já vimos, ele cria o individualismo, ou seja, o padrão individual de “certo” e “errado” com o qual a humanidade vive.
Se anteriormente vimos que Deus coloca provas para a evolução dos espíritos, agora aprendemos qual a essência destas provas: o de não se pronunciar (dar valores) às coisas do mundo.
O espírito pode se alimentar de todas as árvores que há no Jardim do Éden (acontecimentos do mundo), mas jamais pode determinar a eles valores baseados em verdades individualistas. Por que? Porque senão “morrerá”.
Este morrer não é físico (desencarne), mas a morte espiritual. O espírito que se imagina capaz de dar valores (“bom ou mal”, “certo ou errado”) ao mundo está morto para o universo espiritual porque quer exercer um direito exclusivo de Deus.
A cobra era o animal mais esperto que o Deus Eterno havia feito. Ele perguntou à mulher:
- É verdade que Deus mandou que vocês não comessem as frutas de nenhuma árvore do jardim?
A mulher respondeu:
Podemos comer as frutas de qualquer árvore, menos a fruta da árvore que fica no meio do jardim. Deus nos disse que não devemos comer dessa fruta nem tocar nela. Se fizermos isso, morreremos.
Mas, a cobra afirmou:
- Você não morrerão coisa nenhuma! Deus disse isso porque sabe que, quando vocês comerem a fruta dessa árvore, os seus olhos se abrirão e vocês serão como Deus, conhecendo o bem e o mal.
A cobra é o “tentador”, aquele que incita o ser humanizado a obter conhecimentos que o leve a ser como Deus, conhecendo o “bem” e o “mal”, o “certo” e o “errado”.
Podemos, simbolicamente afirmar que a “cobra” desta história são os valores humanos com o qual o espírito vive cada encarnação. Os costumes e hábitos de um povo ou de uma comunidade é o que forma o “certo” e o “errado” com o qual o ser humanizado convive na sua existência.
São os padrões (verdades) de uma sociedade que levam o ser humanizado a viver a ilusória realidade que está acontecendo, ao invés de ver em tudo a Causa Primária gerada por Deus. São eles que prendem o espírito numa relação infantil com Deus que determina a “morte” espiritual deste ser.
Apesar disso, a “cobra” não pode ser considerada “culpada” pela “morte” do espírito universal.
A mulher viu que a árvore era bonita e que as suas frutas eram boas de se comer. E ela pensou como seria bom ter conhecimento. Aí apanhou uma fruta e comeu; e deu ao seu marido e ele também comeu.
O espírito, exercendo ao seu livre arbítrio é que cede ao impulso tentador da cobra e decide “comer” o fruto proibido. A “cobra”, não obriga ninguém a comer o “fruto proibido”, mas é cada um, utilizando-se do seu livre arbítrio, que opta em deixar-se ser governado pelos padrões das sociedades ou comunidades em que vive.
Mas, de onde surgem as verdades pelas quais o ser se deixa guiar?
258. Quando na erraticidade, antes de começar nova existência corporal, tem o Espírito consciência e previsão do que lhe sucederá no curso da vida terrena? Ele próprio escolhe o gênero de provas por que há de passar e nisso consiste o seu livre arbítrio.
260. Como pode o Espírito nascer entre gente de má vida? Forçoso é que seja posto num meio onde possa sofrer a prova que pediu. Pois bem! É necessário que haja analogia. Para lutar contra o instinto do roubo, preciso é que se ache em contacto com gente dada à prática de roubar.
Deus dá o espírito a exigência da encarnação (prova para elevação), mas deixa ao encargo deste o campo onde realizará suas batalhas. Trata-se, portanto, de uma escolha individual de cada um antes de encarnar.
Apesar disso, o espírito não escolhe para si uma “vida fácil”, acumulando bens materiais, mas sim um habitat onde existam “verdades” que ele precisa combater para purificar-se. Ele não escolhe o prazer, mas aquilo que seja útil à sua elevação espiritual.
Assim agindo, ele se “abastece” antes da encarnação de verdades (frutos da árvore proibida) para provar a Deus que, mesmo tentado, resistirá e não os comerá. Mas, quem é este “tentador” que auxiliará o espírito a vencer a sua prova durante a encarnação?
O ego. Já falamos anteriormente que o ego é o “tentador”, aquele que cria o “ambiente” propondo ao espírito as questões para que ele, através do seu livre arbítrio, opte ou não em comer o fruto proibido.
O ego, este elemento tão comentado pelos espiritualistas, no entanto, é um desconhecido da humanidade. Muitos falam dele, mas poucos o conhecem na realidade, porque ainda estão presos a ele.
Podemos definir o ego como um conjunto de verdades que o espírito “monta” antes da encarnação com o intuito de ser tentado (realizar determinadas provas) e poder, assim, provar a Deus que está livre do desejo de comer o fruto proibido. Ele é montado com tudo aquilo que pode servir como instrumento de provação ao espírito.
Assim, no exemplo da citação de “O Livro dos Espíritos” acima (como pode o espírito querer nascer entre gente de má fama), o espírito, além de optar por nascer num ambiente afastado de Deus, cria um ego onde todas as verdades deste meio estarão presentes. Colocará no seu ego verdades que, falsamente, justifiquem as suas ações, mas que não foram a real causadora delas, mas sim a sua opção por acreditar elas.
Este ego então deverá conter verdades como: “a sociedade é injusta”, “os governantes não fazem nada pelo pobre”, “você merece ter uma vida tão boa quanto à dos ricos”, “o crime é a resposta para tudo isto”. Estas verdades agirão “tentando” o espírito para ver se ele se prenderá a elas, ou permanecerá fiel a Deus, amando-O acima delas.
A tentação ocorre através daquilo que chamamos de “raciocínio”. O ego, abastecido com estas verdades propõe o pensamento para o espírito baseado nelas e, aquele que não vê a “vida” como um campo de provas para o espírito, ou seja, relaciona-se infantilmente com Deus e o universo, acredita nestes pensamentos e afasta-se de Deus: deixa de amar.
Agora, aquele que tem fé e confiança no Pai, reconhece sua ação no universo (Causa Primária de todas as coisas) como Senhor Supremo dos carmas, não se deixa influenciar por eles e continua firme no seu amor a Deus e ao próximo.
Claro que você está concordando com o exemplo que dei: o espírito é que vai para a vida afastada de Deus por não “aceitar” a vida que tem. Isto porque o exemplo que no exemplo que dei falamos de algo que o seu ego diz que é “errado” e “mal”. Mas, você já parou para pensar que quando você considera a “vida de gente de má fama” deste jeito também está comendo do “fruto proibido”?
Não são só os padrões não aceitos pela sociedade que precisam ser subjugados, mas todos os padrões. Tudo o que você acha “certo” ou “errado”, precisa deixar de ter estes valores a passar a serem compreendidos como ação causada por Deus.
Falei antes em Hitler e aí está um grande exemplo que podemos utilizar agora. Claro que Hitler era um espírito guiado por um ego ao qual não conseguiu subjugar, mas será que o que ele fez é “errado”?
Claro que não, pois ele nada fez. Foi Deus, Causa Primária de todas as coisas, que causou tudo que aconteceu. Mas por que fez isso acontecer? Para que cada espírito que vivenciou aqueles atos tivesse a sua prova e você a sua: julgasse Hitler ou abrisse mão deste poder que é exclusivo de Deus.
Tudo no universo é interdepende. Ao dar ao povo judeu e alemão a sua prova, Deus criou para todo planeta um acontecimento e os espíritos que vieram depois disto com a “verdade” de que aquilo era “errado”, “mal” e “feio” estão tendo a oportunidade de ceder ao ego ou permanecerem em união amorosa com Deus e à espiritualidade como um todo, inclusive com Hitler e os generais “assassinos”.
Esta é a relação madura com Deus que Paulo nos incita a alcançar. Vivê-la é o objetivo da sua “vida”, o motivo pelo qual está encarnado hoje.
Mas, não foi só Paulo que ensinou isso. Os trabalhos dos mestres orientais, desde Lao-Tsé até Buda trouxeram como fundamento a libertação do conjunto de verdades com que cada um julga o mundo como instrumento da elevação espiritual.
O Sábio autêntico contempla tudo com equanimidade e, livre de méritos e deméritos, jamais louva ou vitupera alguém que tenha feito ou dito algo bom ou mau.
Todos os mestres trouxeram uma só verdade: a vida carnal não existe como realidade, mas trata-se apenas de um campo de provas onde o espírito deve ser tentado a usurpar o poder de Deus de julgar as coisas (determinar o “bom” e o “mal”) para poder, resistindo a esta tentação, demonstrar o seu amor à Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
No entanto, esta compreensão só ocorrerá quando o ser humanizado deixar de ver-se como homem e compreender que é um espírito, o Filho de Deus. Com esta consciência, poderá vivenciar os acontecimentos tendo Deus como Causa Primária das coisas, aplicando a Justiça Perfeita com Amor Sublime, ao invés de submeter-se às verdades que o ego lhe traz e que foram criadas pelo próprio ser antes da encarnação como campo de provas.
Por isto Paulo afirma:
quanto ao ser humano, somente o espírito que está nele é que conhece tudo sobre ele.
No entanto, os seres ainda continuam buscando Deus submetendo-se às verdades do ego, à lógica humana. Quer seja através da fé raciocinada (compreensão material de Deus) como fazem aqueles que se submetem às doutrinas religiosas, quer seja pelo conhecimento das técnicas do mundo espiritual.
Por isto Krishna ensina também:
Todo aquele que é versado nas Escrituras, mas que não realizou ou vivenciou o Absoluto, o trabalho vão será o único resultado de seus esforços; seu caso se assemelha ao daquele que sustenta uma vaca estéril.
Por este motivo aproveito agora para falar com os modernos espiritualistas: mudem-se. Libertem-se desta busca do conhecimento da técnica espiritual (aprender a viver como espírito materialmente) e comecem a promover e a ensinar a verdadeira reforma íntima que leva o espírito humanizado a relacionar-se de forma madura com Deus.
Claro que a “vida” espiritual é marcada por dons que o ser humanizado não consegue realizar. Todo e qualquer espírito sabe, por exemplo, volitar (“voar”), não precisa alimentar-se e não tem necessidade de sono, mas para utilizar estas prerrogativas durante a encarnação é preciso mais do que aprendizado: é necessário merecer receber.
O ser universal, mesmo encarnado, continua de posse de todas as suas características, ou seja, pode volitar, não se alimentar e nem dormir, como ainda exercer outras atividades como a telepatia. No entanto, é necessário que ele exerça durante a vida carnal estas atividades para fins espirituais e não materiais.
Imagine alguém que tivesse o dom de desligar-se da matéria carnal com consciência plena (viagem astral consciente), como até muitos fazem, mas que não fosse espiritualmente consciente. Ele poderia utilizar-se deste seu dom com o intuito de ganhar proveito individualmente.
Sendo uma pessoa “fofoqueira” ia correr a vizinhança para saber as fofocas e contar para todos; sendo um homem preso ao desejo sexual, poderia “sair da carne” para observar mulheres se despindo; sendo pessoa de má índole, poderia colocar seus serviços em benefícios de outros para “espionar” seus inimigos ou concorrentes. Enfim, poderia levar muito lucro individual com a utilização de um dom dado por Deus ao espírito quando ainda da sua geração, para servir ao próximo.
Todos têm estes dons que citamos são próprios de todos os espíritos, mesmo os encarnados, mas somente aqueles que, de posse da sua consciência espiritual, ou seja, cônscio do amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, poderão utilizar-se deles. Eles jamais poderão ser “aprendidos” materialmente como o homem aprende a matemática ou a física: eles terão que ser recebidos de Deus.
Portanto, ao invés de darem cursos de “projeção astral”, ensinem o espírito a relacionar-se com maturidade com Deus que eles mesmos “descobrirão” como viajar pelo universo sem corpo.
Aquele que ama a Deus sobre todas as coisas segue a liderança do Pai sem questionamentos, medos ou dúvidas. Entrega-se de uma maneira incondicional ao Senhor do Universo, respeitando-O e amando-O incondicionalmente.
Aí está o objetivo final da evolução espiritual: aprender a conviver com Deus sem individualismos. O espírito que alcança a sua elevação espiritual permanece uma individualidade, mas integra-se perfeitamente ao Todo Universal anulando todo individualismo.
Esta é a missão que o Pai dá aos seus filhos. Ela foi retratada simbolicamente na história de Adão e Eva.
Depois o Deus Eterno plantou um jardim na região do Éden, no Leste, e ali pôs o homem que ele havia formado. O Deus Eterno fez que ali crescessem árvores lindas de todos os tipos, que davam frutas boas de se comer. No meio do jardim ficava a árvore que dá vida e também a árvores que dá o conhecimento do bem e do mal.
A “árvore que dá o conhecimento do bem e do mal” é a cultura, o conhecimento, a lógica. Os seus frutos, as verdades que cada um crê, determinam se os acontecimentos do universo são “bons” ou “maus”.
Os seres humanos precisam compreender que nada do que crêem sobre as coisas do universo é absoluto, ou seja, eterno (dura para sempre) e universal (igual para todos). Tudo o que eles acreditam é relativo, ou seja, são verdades temporárias e que só servem para eles mesmos.
No entanto, não é assim que vivem. Transformam suas crenças em verdades absolutas e, a partir delas, “julgam” as coisas planetárias.
Se você por acaso não gosta da combinação do verde com o amarelo, isto é um padrão seu apenas, mas que não representa algo “certo”. Outras pessoas podem gostar desta combinação sem estarem “erradas” por isto.
No entanto, você acredita-se capaz de, por exemplo, ditar a combinação “certa” das cores, porque possui dentro de si armazenada em sua memória uma verdade que é interpretada como absoluta. Esta “verdade” é o fruto da árvore do conhecimento que Deus plantou como “prova” para os espíritos no “Jardim do Éden”.
Então, o Deus Eterno pôs os homem no jardim do Éden, para cuidar dele e nele fazer plantações. E o Eterno deu ao homem a seguinte ordem:
- Você pode comer as frutas de qualquer árvore do jardim, menos da árvore que dá o conhecimento do bem e do mal. Não coma a fruta dessa árvore, pois, no dia em que você comer, certamente morrerá.
Está criada a prova. Deus colocou no mundo a árvore do conhecimento que dará “frutos” (verdades), mas disse ao espírito que ele não deve comer delas. Por que?
Porque quando se alimenta de verdades (acredita nelas como absolutas) o espírito afasta-se de Deus. A partir delas, como já vimos, ele cria o individualismo, ou seja, o padrão individual de “certo” e “errado” com o qual a humanidade vive.
Se anteriormente vimos que Deus coloca provas para a evolução dos espíritos, agora aprendemos qual a essência destas provas: o de não se pronunciar (dar valores) às coisas do mundo.
O espírito pode se alimentar de todas as árvores que há no Jardim do Éden (acontecimentos do mundo), mas jamais pode determinar a eles valores baseados em verdades individualistas. Por que? Porque senão “morrerá”.
Este morrer não é físico (desencarne), mas a morte espiritual. O espírito que se imagina capaz de dar valores (“bom ou mal”, “certo ou errado”) ao mundo está morto para o universo espiritual porque quer exercer um direito exclusivo de Deus.
A cobra era o animal mais esperto que o Deus Eterno havia feito. Ele perguntou à mulher:
- É verdade que Deus mandou que vocês não comessem as frutas de nenhuma árvore do jardim?
A mulher respondeu:
Podemos comer as frutas de qualquer árvore, menos a fruta da árvore que fica no meio do jardim. Deus nos disse que não devemos comer dessa fruta nem tocar nela. Se fizermos isso, morreremos.
Mas, a cobra afirmou:
- Você não morrerão coisa nenhuma! Deus disse isso porque sabe que, quando vocês comerem a fruta dessa árvore, os seus olhos se abrirão e vocês serão como Deus, conhecendo o bem e o mal.
A cobra é o “tentador”, aquele que incita o ser humanizado a obter conhecimentos que o leve a ser como Deus, conhecendo o “bem” e o “mal”, o “certo” e o “errado”.
Podemos, simbolicamente afirmar que a “cobra” desta história são os valores humanos com o qual o espírito vive cada encarnação. Os costumes e hábitos de um povo ou de uma comunidade é o que forma o “certo” e o “errado” com o qual o ser humanizado convive na sua existência.
São os padrões (verdades) de uma sociedade que levam o ser humanizado a viver a ilusória realidade que está acontecendo, ao invés de ver em tudo a Causa Primária gerada por Deus. São eles que prendem o espírito numa relação infantil com Deus que determina a “morte” espiritual deste ser.
Apesar disso, a “cobra” não pode ser considerada “culpada” pela “morte” do espírito universal.
A mulher viu que a árvore era bonita e que as suas frutas eram boas de se comer. E ela pensou como seria bom ter conhecimento. Aí apanhou uma fruta e comeu; e deu ao seu marido e ele também comeu.
O espírito, exercendo ao seu livre arbítrio é que cede ao impulso tentador da cobra e decide “comer” o fruto proibido. A “cobra”, não obriga ninguém a comer o “fruto proibido”, mas é cada um, utilizando-se do seu livre arbítrio, que opta em deixar-se ser governado pelos padrões das sociedades ou comunidades em que vive.
Mas, de onde surgem as verdades pelas quais o ser se deixa guiar?
258. Quando na erraticidade, antes de começar nova existência corporal, tem o Espírito consciência e previsão do que lhe sucederá no curso da vida terrena? Ele próprio escolhe o gênero de provas por que há de passar e nisso consiste o seu livre arbítrio.
260. Como pode o Espírito nascer entre gente de má vida? Forçoso é que seja posto num meio onde possa sofrer a prova que pediu. Pois bem! É necessário que haja analogia. Para lutar contra o instinto do roubo, preciso é que se ache em contacto com gente dada à prática de roubar.
Deus dá o espírito a exigência da encarnação (prova para elevação), mas deixa ao encargo deste o campo onde realizará suas batalhas. Trata-se, portanto, de uma escolha individual de cada um antes de encarnar.
Apesar disso, o espírito não escolhe para si uma “vida fácil”, acumulando bens materiais, mas sim um habitat onde existam “verdades” que ele precisa combater para purificar-se. Ele não escolhe o prazer, mas aquilo que seja útil à sua elevação espiritual.
Assim agindo, ele se “abastece” antes da encarnação de verdades (frutos da árvore proibida) para provar a Deus que, mesmo tentado, resistirá e não os comerá. Mas, quem é este “tentador” que auxiliará o espírito a vencer a sua prova durante a encarnação?
O ego. Já falamos anteriormente que o ego é o “tentador”, aquele que cria o “ambiente” propondo ao espírito as questões para que ele, através do seu livre arbítrio, opte ou não em comer o fruto proibido.
O ego, este elemento tão comentado pelos espiritualistas, no entanto, é um desconhecido da humanidade. Muitos falam dele, mas poucos o conhecem na realidade, porque ainda estão presos a ele.
Podemos definir o ego como um conjunto de verdades que o espírito “monta” antes da encarnação com o intuito de ser tentado (realizar determinadas provas) e poder, assim, provar a Deus que está livre do desejo de comer o fruto proibido. Ele é montado com tudo aquilo que pode servir como instrumento de provação ao espírito.
Assim, no exemplo da citação de “O Livro dos Espíritos” acima (como pode o espírito querer nascer entre gente de má fama), o espírito, além de optar por nascer num ambiente afastado de Deus, cria um ego onde todas as verdades deste meio estarão presentes. Colocará no seu ego verdades que, falsamente, justifiquem as suas ações, mas que não foram a real causadora delas, mas sim a sua opção por acreditar elas.
Este ego então deverá conter verdades como: “a sociedade é injusta”, “os governantes não fazem nada pelo pobre”, “você merece ter uma vida tão boa quanto à dos ricos”, “o crime é a resposta para tudo isto”. Estas verdades agirão “tentando” o espírito para ver se ele se prenderá a elas, ou permanecerá fiel a Deus, amando-O acima delas.
A tentação ocorre através daquilo que chamamos de “raciocínio”. O ego, abastecido com estas verdades propõe o pensamento para o espírito baseado nelas e, aquele que não vê a “vida” como um campo de provas para o espírito, ou seja, relaciona-se infantilmente com Deus e o universo, acredita nestes pensamentos e afasta-se de Deus: deixa de amar.
Agora, aquele que tem fé e confiança no Pai, reconhece sua ação no universo (Causa Primária de todas as coisas) como Senhor Supremo dos carmas, não se deixa influenciar por eles e continua firme no seu amor a Deus e ao próximo.
Claro que você está concordando com o exemplo que dei: o espírito é que vai para a vida afastada de Deus por não “aceitar” a vida que tem. Isto porque o exemplo que no exemplo que dei falamos de algo que o seu ego diz que é “errado” e “mal”. Mas, você já parou para pensar que quando você considera a “vida de gente de má fama” deste jeito também está comendo do “fruto proibido”?
Não são só os padrões não aceitos pela sociedade que precisam ser subjugados, mas todos os padrões. Tudo o que você acha “certo” ou “errado”, precisa deixar de ter estes valores a passar a serem compreendidos como ação causada por Deus.
Falei antes em Hitler e aí está um grande exemplo que podemos utilizar agora. Claro que Hitler era um espírito guiado por um ego ao qual não conseguiu subjugar, mas será que o que ele fez é “errado”?
Claro que não, pois ele nada fez. Foi Deus, Causa Primária de todas as coisas, que causou tudo que aconteceu. Mas por que fez isso acontecer? Para que cada espírito que vivenciou aqueles atos tivesse a sua prova e você a sua: julgasse Hitler ou abrisse mão deste poder que é exclusivo de Deus.
Tudo no universo é interdepende. Ao dar ao povo judeu e alemão a sua prova, Deus criou para todo planeta um acontecimento e os espíritos que vieram depois disto com a “verdade” de que aquilo era “errado”, “mal” e “feio” estão tendo a oportunidade de ceder ao ego ou permanecerem em união amorosa com Deus e à espiritualidade como um todo, inclusive com Hitler e os generais “assassinos”.
Esta é a relação madura com Deus que Paulo nos incita a alcançar. Vivê-la é o objetivo da sua “vida”, o motivo pelo qual está encarnado hoje.
Mas, não foi só Paulo que ensinou isso. Os trabalhos dos mestres orientais, desde Lao-Tsé até Buda trouxeram como fundamento a libertação do conjunto de verdades com que cada um julga o mundo como instrumento da elevação espiritual.
O Sábio autêntico contempla tudo com equanimidade e, livre de méritos e deméritos, jamais louva ou vitupera alguém que tenha feito ou dito algo bom ou mau.
Todos os mestres trouxeram uma só verdade: a vida carnal não existe como realidade, mas trata-se apenas de um campo de provas onde o espírito deve ser tentado a usurpar o poder de Deus de julgar as coisas (determinar o “bom” e o “mal”) para poder, resistindo a esta tentação, demonstrar o seu amor à Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
No entanto, esta compreensão só ocorrerá quando o ser humanizado deixar de ver-se como homem e compreender que é um espírito, o Filho de Deus. Com esta consciência, poderá vivenciar os acontecimentos tendo Deus como Causa Primária das coisas, aplicando a Justiça Perfeita com Amor Sublime, ao invés de submeter-se às verdades que o ego lhe traz e que foram criadas pelo próprio ser antes da encarnação como campo de provas.
Por isto Paulo afirma:
quanto ao ser humano, somente o espírito que está nele é que conhece tudo sobre ele.
No entanto, os seres ainda continuam buscando Deus submetendo-se às verdades do ego, à lógica humana. Quer seja através da fé raciocinada (compreensão material de Deus) como fazem aqueles que se submetem às doutrinas religiosas, quer seja pelo conhecimento das técnicas do mundo espiritual.
Por isto Krishna ensina também:
Todo aquele que é versado nas Escrituras, mas que não realizou ou vivenciou o Absoluto, o trabalho vão será o único resultado de seus esforços; seu caso se assemelha ao daquele que sustenta uma vaca estéril.
Por este motivo aproveito agora para falar com os modernos espiritualistas: mudem-se. Libertem-se desta busca do conhecimento da técnica espiritual (aprender a viver como espírito materialmente) e comecem a promover e a ensinar a verdadeira reforma íntima que leva o espírito humanizado a relacionar-se de forma madura com Deus.
Claro que a “vida” espiritual é marcada por dons que o ser humanizado não consegue realizar. Todo e qualquer espírito sabe, por exemplo, volitar (“voar”), não precisa alimentar-se e não tem necessidade de sono, mas para utilizar estas prerrogativas durante a encarnação é preciso mais do que aprendizado: é necessário merecer receber.
O ser universal, mesmo encarnado, continua de posse de todas as suas características, ou seja, pode volitar, não se alimentar e nem dormir, como ainda exercer outras atividades como a telepatia. No entanto, é necessário que ele exerça durante a vida carnal estas atividades para fins espirituais e não materiais.
Imagine alguém que tivesse o dom de desligar-se da matéria carnal com consciência plena (viagem astral consciente), como até muitos fazem, mas que não fosse espiritualmente consciente. Ele poderia utilizar-se deste seu dom com o intuito de ganhar proveito individualmente.
Sendo uma pessoa “fofoqueira” ia correr a vizinhança para saber as fofocas e contar para todos; sendo um homem preso ao desejo sexual, poderia “sair da carne” para observar mulheres se despindo; sendo pessoa de má índole, poderia colocar seus serviços em benefícios de outros para “espionar” seus inimigos ou concorrentes. Enfim, poderia levar muito lucro individual com a utilização de um dom dado por Deus ao espírito quando ainda da sua geração, para servir ao próximo.
Todos têm estes dons que citamos são próprios de todos os espíritos, mesmo os encarnados, mas somente aqueles que, de posse da sua consciência espiritual, ou seja, cônscio do amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, poderão utilizar-se deles. Eles jamais poderão ser “aprendidos” materialmente como o homem aprende a matemática ou a física: eles terão que ser recebidos de Deus.
Portanto, ao invés de darem cursos de “projeção astral”, ensinem o espírito a relacionar-se com maturidade com Deus que eles mesmos “descobrirão” como viajar pelo universo sem corpo.
FONTE DO ESTUDO: EEU - Espiritualismo Ecumênico Universal: www.meeu.com.br
Fonte : Lineu Fernandes Junior via http://anjodeluz.ning.com/profiles/blogs/aquele-que-conhece-o-ser-humano
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