Vigília é uma atitude de entrega
e de atenção ao profundo do ser.
Períodos de vigília
são de intensa força e alinham
a consciência externa com
a alma expectante.
Calma e harmonia se estabelecem
no ser em vigília, se em sua lida diária
ele mantém com fidelidade a sua consciência estável
no secreto templo interior.
Nas primeiras vigílias há esforço para aquietar-se; mas, persistindo, cessam as lutas. Quando a ansiedade por resultados se esvaece, as dúvidas da mente se dissolvem e a serenidade se instala. A seguir, uma visão pode abrir-se, e o ensinamento interno flui então mais claramente.
Nessa busca em vigília, feita com dedicação e calma, desvelam-se o propósito da vida e o serviço a ser prestado.
Encontram-se os semelhantes na própria essência interior, e assim começa a convivência fraterna.
Continuando a vigiar, sente-se a vida como pura energia, e a dualidade não afeta mais. Vai-se adiante sem distrações e ignorando percalços.
Diz o filósofo que a destruição aguarda a civilização moderna e que seria inútil procurar refúgio sem encontrar a paz e a força interior.
Quem se mantém vigilante vê no coração a resposta, ainda que tênue, ao que sempre quis saber. Fiel a essa intuição, será guiado até ser salvo.
Na busca da vigília surgem crises quando a pureza do ser quer instalar-se. Habituado a estados densos, o ego vê nessa pureza uma ameaça e fica num vazio que ainda não compreende. Então, protesta. Mas restos de temor ambição e possessividade devem ser dissolvidos.
A cura virá do silêncio. No silêncio a vida se torna um ato de glória, imbuída de alegria e livre de inércia e soberba.
Esse estado de louvor se reflete em toda a humanidade, que é uma, beneficiando-a.
Aos que buscam o estado de vigília
Sede fieis e abandonai para sempre o ritualismo vazio. Praticai atos e exercícios com devoção e fervor.
Sede mansos como ovelhas, atentos como serpentes, orando profundamente pelos que não têm fé.
E pelos que não encontraram o caminho, vivei conforme as leis universais com redobrado vigor.
Aos que estão em estado de vigília
Mantenha ordenados os ritmos da vida, usando o tempo de forma correta. Renunciai ao supérfluo e, com equilíbrio, habitai o centro do próprio ser.
Ouvindo, lá dentro, o grito de dor planetária, com devoção elevai o pensamento a uma altura sem fim.
A prática constante dessa disciplina assumida espontaneamente purifica a matéria e a torna receptiva à Hierarquia.
(Extraído de um opúsculo baseado no livro TEMPO DE RETIRO E TEMPO DE VIGÍLIA, de Trigueirinho).
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