domingo, 31 de julho de 2011

Cura – parte I

Que as palavras de minha boca e os pensamentos de meu coração encontrem favor ante Ti, Deus, minha fortaleza, meu Redentor.
Salmos 19:15

O que é cura? Como podemos curar? Quando estamos curados?
No Salmo acima encontramos duas chaves para a cura: palavra e linguagem. Existe uma diferença crucial entre palavra e linguagem. Palavra é a “pá que lavra”, que trabalha; é o que se diz. Linguagem é o que se pensa. Davi usa a linguagem de petição, empregando as palavras certas para atingir sua meta: retidão.

A cura ocorre quando trazemos o acontecimento e o decodificamos, pois ela se dá pela compreensão. Curamo-nos quando entendemos a realidade dos fatos sem afastar-nos dos mesmos. Sempre que a doença – seja de que nível for – nos alcança, criamos um eu virtual; esse eu virtual aparece quando falamos “eu deveria...”, “se eu tivesse...”, “ah!, se fosse...”. Criamos a visão equivocada, dual, da lição a ser aprendida, e perdemos a oportunidade da cura, surgindo aí a barganha através de jejuns, promessas e rituais com o Sagrado.

Somos curadores quando somos assistentes. O próprio nome terapeuta – que vem do grego therapnè – significa permanência, estadia, presença, assistência. A busca do essencial, no ato de servir, implica em empenharmos nossas mãos e componentes ou forças em assistir ao mundo.

Assistência é cuidado e compaixão. O que é essencial? Tudo que sai do particular. Quando você deixa de ver, assistir, julgar, opinar e escutar de modo particular e entra no mundo superior. Quando isso acontece? Quando você, o outro e o ambiente deixam de existir e tudo passa a ser a cura. Tudo tem que desaparecer: os egos, as mentiras, as falácias (falas sem sentido), as ilusões, enfim, os particulares. Deve-se deixar da idolatria (fixação de uma idéia) e passar para o Todo, para o Divino, para o Sagrado.

Quando damos sentido a algo, estamos nos curando e curando os outros. As doenças nascem no vácuo entre sentimento e ação. Ou estamos, ou não estamos; nada é dual. Tudo está interligado, e isso é cura.

A humanidade sofre de três tipos de doenças:

1. Assimilação alimentos e informações


2. Amabilidade baseada em permissividade
formalidades
meramente política

3. Rigor furor
falta de estima
falta de ética
falta de caráter

Para eliminar essas doenças devemos entrar no Campo da Luz. A luz é silenciosa, e a cura se realiza bem aí, nesse espaço entre o mantra, o Reiki, o ritual, a música, a cor e a luz. A cura não se dá no momento da técnica, mas depois de alguns minutos de silêncio entre a técnica, o curador e o cliente. A isso chamamos de Hashinal, o silêncio, a quietude, o recebimento do Shefa do mundo espiritual. Nesse exato momento as perguntas surgem: Como vai? O que há de novo? Essas perguntas estão situadas em três partes do corpo:

Cabeça coroa informação
Peito cardíaco compaixão
Abdome plexo solar sabedoria

Essas três forças unem o homem antigo ao homem contemporâneo para criar o novo homem.

“Curar é negar a individuação.”

Prática

Procure um lugar tranqüilo, onde você possa interiorizar-se. Pense na palavra reconstrução, repita-a e depois silencie nela. Pense o que ela significa. Repita-a para reconstruir você. Silencie para você ser reconstruído.

Sarva mangalam

Sandra Meirelles

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