quarta-feira, 1 de junho de 2011

O DESPERTAR DA CHAMA SAGRADA Postado por MARIA PARAGUASSU RODRIGUES em 1 junho 2011 às 1:00


"A espiritualidade vive da gratuidade e da disponibilidade, vive da capacidade de enternecimento e de compaixão, vive da honradez em face da realidade e da escuta da mensagem que vem permanentemente desta realidade. Quebra a relação de posse das coisas para estabelecer uma relação de comunhão com as coisas. Mais do que usar, contempla. 
Há dentro de nós uma chama sagrada coberta pelas cinzas do consumismo, da busca de bens materiais, de uma vida distraída das coisas essenciais. É preciso remover tais cinzas e despertar a chama sagrada. E então, irradiaremos. Seremos como um sol." 

                                        
                                                                                      Leonardo Boff


Ser como um sol! Iluminar a tudo e a todos, irradiando além da luz, a paz no espaço infinito, a harmonia das cores deslumbrantes do arco-íris e o amor através do calor que do sol se expande.
Assim é deveríamos ser e estar todos nós. Imaginem que paz extasiante em fechar os olhos e vermos-nos iluminados e aquecidos pelo astro-rei de nossa galáxia. Este seria o verdadeiro despertamento da chama sagrada que cada um têm dentro de si. 

No entanto, somos vítimas de nosso meio que, na verdade, é criado e mantido por nós mesmos. Consome-nos uma vontade imensa em TER, em POSSUIR, em USUFRUIR. Estas formas verbais fazem parte de nosso cotidiano com uma frequência inaudita. Vive-se às voltas com o grande responsável por estas escolhas que fazemos: o poder. Por mais que teimemos em afirmar que não utilizamos este meio para conseguir o que queremos, não é possível omitir tal fato.

Dessa forma, vivendo essencialmente atrás de aspirações materiais, não conseguimos distinguir onde começa e onde termina o nosso verdadeiro "eu". É verdade que necessitamos dos bens materiais para nossa sobrevivência e, inclusive, para o cumprimento de nossa jornada de vida. Porém, é importante que nos alertemos do quanto é efêmera nossa estada nesta caminhada terrena. Jamais se ouviu falar de alguém que, ao desencarnar levasse algo consigo, a não ser aquilo que auferiu através do exercício do amor, da caridade, da compaixão, etc. 

Espiritualmente falando, não  consta que se faz necessário a posse de riquezas e bens materiais para conseguir-se provar, após o desenlace de nosso corpo carnal, que fomos bons, honestos, verdadeiros e capazes de doar-nos a nossos irmãos, sem almejar retorno daquilo que tenhamos feito saído do coração e da alma.

O consumismo exacerbado é uma forma de corrupção do ser humano. Tira-lhe toda e qualquer possibilidade de ver, em seu irmão, um companheiro na estrada da vida. O consumista é aquele ser que tudo pode e tudo quer. E só para si. Não consegue dividir seu pão com o próximo. Esta é uma das piores facetas da pessoa que só enxerga o seu umbigo, como se costuma dizer. Via de regra, nosso mundo está cheio destas criaturas. Daí ser nosso orbe uma importante fonte para espíritos mal intencionados tecerem suas teias junto aos menos desavisados da importância de viver numa sociedade onde todos possam conviver de modo igualitário em todos os sentidos.


Ao estudarmos a Doutrina Espírita, compreendemos a necessidade de aliarmo-nos uns aos outros em comunhão de almas, com vistas ao crescimento e evolução espiritual. Esta evolução nos leva aos verdadeiros portais da vida eterna, onde tudo continua, mudando apenas a roupagem de carne para a vestimenta etérea e sutil do espírito.


Nesse instante mágico, somos o "eu" verdadeiro. Somos a nossa consciência a responder perante a justiça divina pelos atos cometidos ou pelos que deixamos de cometer. Nesse momento, como em nenhum outro, se comparado com o período em que estivemos encarnados, desperta brilhante como um sol de intensa luminosidade, nossa chama sagrada.


Que Deus ilumine a todos e que assim seja!

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