quarta-feira, 29 de junho de 2011

MAANASA BHAJARE - VENERAÇÃO NA MENTE

Maanasa Bhajare
(Veneração na mente)
 
Vocês sabem que, um certo dia, quando estava em Uravakonda, onde frequentava o curso secundário, Eu ababdonei os estudos, deixando os livros de lado, e declarei que tinha Meu trabalho esperando por Mim. O Pandith(erudito) de Télugu, descreveu o incidente daquela tarde para todos vocês em seu discurso. Bem, naquele dia em que apareci publicamente como Sai Baba, a primeira canção que ensinei àqueles que se agruparam no jardim para onde fui ao sair da casa do Pandith de Télugu foi:
 
"Mannasa bhajare guru charanam
  Dhustara bhava saagara tharanam"
 
Eu conclamei todos aqueles que sofrem na roda sem fim de nascimentos e mortes para venerarem os Pés do Guru (preceptor espiritual), o Guru que estava anunciando a Si mesmo, que viera novamente para tomar para Si o fardo daqueles que encontram refúgio Nele. Aquela foi Minha primeiríssima mensagem para a humanidade. "Mannasa bhajare."
"Veneração na mente!" Eu não preciso de suas guirlandas de flores e nem de frutas, coisas que vocês compram por um anna ou dois; elas não são genuinamente de vocês. Dêem-Me algo que seja de vocês, algo que seja puro e fragrante, com o perfume da virtude e da inocência e lavado nas lágrimas do arrependimento! Guirlandas de flores e frutas vocês trazem como artigos do show, como uma exibição de sua devoção; devotosmais pobres que não têm como pagar por essas oferendas são humilhados e ficam tristes por sentirem -se impotentes, eles não podem demonstrar sua devoção da mesma maneira grandiosa com que vocês o estão fazendo. Coloquem o Senhor em seus corações e ofereçam a Ele os frutos das suas ações e as flores de seus pensamentos e sentimentos íntimos. Essa é a veneração de que Eu mais gosto, a devoção que mais aprecio.
 
A reeducação do homem persiste em todas as eras
 
Nas loja, as coisas são mantidas em pacotes separados e cada estabelecimento se especializa em algum artigo em particular ou num conjunto deles. Mas numa exposição, centenas de lojas se unem para colocar toda uma variedade de coisas disponíveis à mostra e há uma grande quantidade de enfeites de vitrines, arranjos e displays. Usualmente, Eu venho ao longo de todo este tempo dando conselhos individuais, como os pacotes disponíveis nas lojas, e respondendo a perguntas pessoais. Este "discurso" de hoje é uma experiência nova para vocês. Eu estou dirigindo a uma multidão hoje; mas ainda que isso seja novo para vocês, para Mim não o é. Eu já falei para grupos numerosos antes, mas não nesta Aparência. Sempre que Nirakara (Aquele sem forma) se torna Sakara (Aquele com forma), Ele tem que completar a Missão, o que é feito de diversas maneiras. Mas o propósito único, a reeducação do homem, persiste seja qual for a yuga (era).
 
Os primeiros dezesseis anos desta Vida foram, como lhes tenho dito frequentemente, o período em que Bala leela (jogo da criança divina) predominou e os dezesseis anos seguintes estão sendo despendidos mormente em Mahimas (milagres), de forma a dar santosha (alegria) a esta geração. A alegria e o contentamento são sensações efêmeras; vocês têm que agarrar este estado da alma e fazer dele um bem permanente: anandha ou bem-aventurança. Depois do trigésimo-segundo ano, vocês Me verão cada vez mais ativo na realização de Upadhesha (instrução espiritual)- ensinando à extraviada humanidade e dirigindo o mundo ao longo do caminho de Sathya, Dharma, Shanti e Prema (Verdade, Retidão, Paz e Amor).
 
Não é que Eu esteja determinado a excluir lilas e mahimas de Minha atividade a partir de agora. Apenas estou dizendo que a Minha tarefa a partir de agora vai ser a de restabelecer o Dharma, corrigir o desvirtuamento da mente humana e guiar a humanidade de volta para o Sanathana Dharma (a etrena religião universal).
Não se deixem  levar pela dúvida e pela discussão vã; não questionem como e se posso fazer tudo isto. Os vaqueiros de Brindhavan também duvidaram se o pequenino garoto que cresceu entre eles poderia erguer o monte Govardhanagiri e sustentá-lo bem alto! O que precisaé de fé e de mais fé ainda.
 
O segredo do sucesso espiritual
 
Uma vez, Krishna e Arjuna estavam andando juntos por uma estrada em campo aberto. Vendo uma ave no céu, Krishna perguntou a Arjuna, "Aquilo é um pombo?" Ele respondeu "Sim, é um pombo." Ele perguntou a Arjuna, "Aquilo é uma águia?" Arjuna respondeuprontamente,"Sim, é uma águia." "Não Arjuna, aquilo Me parece um corvo. Não é um corvo?", perguntou Krishna. Arjuna respondeu, "Desculpe-me, é um corvo sem nenhuma dúvida." Krishna riu e censurou-o por concordar com quaquer sugestão que fosse dada. Mas Arjuna respondeu, "Para mim, Suas palavras pesam muito mais que qualquer evidência de meus olhos. Você pode transformá-lo num corvo, num pombo ou numa águia e quando Você diz que é um corvo, deve ser um." Fé implícita é o segredo do sucesso espiritual.
 
O Senhor ama não o Bhaktha (o devoto), mas sua Bhakthi (fé), lembrem-se. A Graça do Senhor é como a chuva, água pura, caindo equanimemente em toda parte. Mas seu sabor muda conforme o solo através do qual ela escoa. Assim também, as palavras do Senhor são doces para alguns e amargas para outros. Os caminhos de Deus são sempre misteriosos; Ele abençoou Vidhura com as palavras "Seja destruido" e Dussasana com as palavras "Vive por mil anos". Ele queria dizer que o "ego" de Vidhura seria destruido e que o perverso Dussasana teria que sofrer os males e as tribulações deste mundo por dez séculos. Vocês não conhecem os motivos verdadeiros por trás das ações do Senhor. Não conseguem compreender as razões de outros homens que são quase iguais a vocês em tudo, que agem pelas mesmas motivações e que têm os mesmos gostos e aversões! Mas ainda assim, com que facilidade vocês julgam descobrir os motivos do Uno que está tão longe, muito acima do nível do homem! Quão levianamente vocês falam e julgam algo que é tão estranho a vocês quanto a atmosfera para um peixe!
 
As dores indicam o nascimento de uma nova vida
 
Há quatro tipos de pessoas: os "mortos", que negam o Senhor e declaram que só eles existem, independentes, livres, se outo-regulando e auto-direcionando; os "doentes", que clamam pelo Senhor apenas quando alguma calamidade lhes ocorre ou quando se sentem temporariamente privados das fontes usuais de ajuda; os "lerdos", que sabem que Deus é o eterno companheiro e vigia, mas que só se recordam disso às vezes, quando a idéia é potente e vigorosa; e finalmente, os "sãos", que já têm fé estável no Senhor e que vivem sempre em Sua Presença criativa e reconfortante.
 
Vocês passam da "morte" para a "vida" e da "doença" para a "sanidade" ao experimentarem as bofetadas do mundo. O mundo é uma parte muito essencial  no currículo do homem; através da agonia da busca, nasce a criança , a sabedoria.
As dores têm o seu valor; elas indicam o nascimento de uma nova vida. De Ashanthi (intranquilidade) vocês obtêm Prashanthi (absoluta paz); de Prashanthi obtêm Prakanthi (resplandecente iluminação espiritual); e de Prakanthi, Paramjyothi (Suprema Efugência Divina). Esta recorrência de alegria e pesar  é como alternância entre noite e dia, que são como irmãos gêmeos, sendo ambos necessário para aumentar a fertilidade do solo, para ativar e renovar a vida. São como verão e inverno. Há algumas pessoas que Me pedem:"Baba ! Faça este verão menos quente!" Mas no calor do verão, a Terra absorve do Sol a energia necessária, para que, com a chagada da chuva, ela possa fornecer uma colheita generosa.
 
Reluzam na sua verdadeira natureza
 
"Frio" e "calor" estão ambos no Plano de Deus e o papel de vocês é apenas Saber disto e tratar os dois como valiosos. As plantas espinhosas e as sem espinhos estão ambas aí na natureza; o homem sábio reconhece o valor das duas; ele planta as sem espinhos e as cerca com as espinhosas, de modo que a que ele cultiva permaneça ilesa. A atividade pode salvar, bem como matar. É como o gato que morde; ele morde o filhote para carregá-lo na boca até um lugar seguro; mas morde o rato para matar e comer. Tornem-se um gatinho, e o trabalho os salvará como uma mãe amorosa; tornem-se um rato, e vocês estarão perdidos.
Deus atrai o indivíduo para Si. É da natureza de ambos ter esta afinidade pois eles são o mesmo. Eles são como o ferro e o imã. Porém, se o ferro estiver enferrujado, coberto de camadas de sujeira, o imã não conseguirá atraí-lo. Removam os impedimentos; isto é tudo o que vocês devem fazer. Deixem brilhar sua verdadeira natureza e o Senhor os atrairá para o Seu Seio. Desafios e tribulações são os meios pelos quais esta limpeza é feita. Essa é a razão pela qual Kunthi orou a Krishna, "Dá-nos sempre pesar para que jamais O esqueçamos." Eles são como as dietas e outras restrições que o médico prescreve para suplementar o efeito do remédio do Namasmarana (repetição do nome de Deus).
 
Não abandonem o Sadhana
 
Sai é o Sarvajanapriya (Amado de todas as pessoas) e, assim, qualquer Nome que lhes traga alegria vocês podem adotar. Os gostos variam de acordo com o temperamento e o caráter que o indivíduo adquiriu através de sucessivas gerações de atividades como um ser vivo neste mundo. O proprietário de um estabelecimento que vende café vai até a farmácia mais próxima comprar pílulas que eliminem sua dor-de-cabeça, e o farmacêutico quando tem uma dor-de-cabeça vai até a cafeteria tomar uma xícara de café, que ele acredita irá curá-lo. Os homens são assim; loko bhinna ruchih (o gosto das pessoas varia). O jnani (sábio) diz, "Sarvam Brahma mayam" (Deus é tudo); já um outro, que é um iogue, diz que tudo é energia; o terceiro, que é um bhaktha (devoto), diz que tudo é uma peça teatral de Bhagavan (o Senhor). Cada um de acordo com o seu gosto e o progresso do seu Sadhana (disciplina espiritual). Não os apressem nem os ridicularizem, pois são todos peregrinos caminhando penosamente ao longo da mesma estrada.
 
O Sadhana é primordialmente exigido para o controle da mente e dos desejos, atrás dos quais ela corre.
Se vocês acharem que não têm condições de vencer, não desistam do Sadhana, mas façam-no ainda mais vigorosamente, pois é a matéria em que vocês não conseguiram nota suficiente para passarem que exige um estudo especial, não é? Sadhana significa limpeza interna, tanto quanto externa. Vocês não se sentem refrescados quando usam roupas sujas após o banho, não é? E tampouco se sentem refrescados se usarem roupas limpas, sem tomar banho. Ambos são necessário, bahya e bhava (o externo e o interno). 
 
As crianças acreditam em suas palavras quando vocês lhes dizem que o policial as pegará ou que o fantasma lhes baterá. Elas são tomadas de respeitoso temor, determinação e fé! Mas tendo crescido e entupido suas cabeças com todo tipo de doutrinas, dogmas, teorias e argumentos, vocês agora têm que usar seu viveka (discernimento) e descobrir Deus pelo modo mais difícil. Uma coisa Eu lhes digo, não há como escapar disto; todas as criaturas têm que alcançar Deus um dia ou outro; pelo caminho longo ou pelo curto.
 
                                                                                          Prashanthi Nilayam, Vijayadhashami,1953
 
                                                                                                              Palavras de Sathya Sai
                

Nenhum comentário:

Postar um comentário