terça-feira, 23 de agosto de 2011

Ubaldi e a Antimatéria

A antimatéria é um dos intrigantes temas da física atual que causa certa confusão ao estudioso do espírito. Pietro Ubaldi fez duas referências ao assunto, contudo convém analisarmos se a abordagem do missionário da Úmbria corresponde perfeitamente ao que hoje se compreende a respeito desse curioso composto.

Encontramos na vasta obra de Ubaldi duas únicas referências à antimatéria:
1) QUEDA E SALVAÇÃO – cap. XVIII - Conceito De Morte Para O Evoluído E O Involuído
Procuremos então antes de tudo entender o que é a mor­te. Todos, inclusive quem não conhece ou nega a teoria do S e AS, estamos mergulhados neste dualismo universal, e com a vida e a morte vamos oscilando de um polo ao outro. A própria ciência já admite a existência de um anticosmo em que tudo o que é posi­tivo encontra a sua contrapartida negativa, de modo que ca­da molécula teria a antimolécula, cada estrela a sua antiestre­la, cada galáxia a sua antigaláxia etc. Existiria assim um antiuniverso constituído de antiátomos e antimatéria. Eis que a nova ciência se está encaminhando para o conceito de S e AS.

2) TÉCNICA FUNCIONAL DA LEI DE DEUS – cap. Conclusão
Dissemos que esta Lei é o S que permaneceu incorrupto, o Deus imanente, presente para salvá-lo mesmo no AS. Tudo é lógico e claro. Neste conceito de Deus-Lei poderão finalmente fundir-se, completando-se, os dois polos opostos da mesma unidade, a religião que só vê o espírito e a ciência que só vê a matéria. Já a ciência entrevê a existência de um outro universo feito de antimatéria, que constituiria a outra metade espiritual, complementar do universo material que conhecemos. Poder-se-á assim sair da nebulosidade da fé e consciente, de olhos abertos, se poderá entrar em contato com o pensamento de Deus, ao menos na parte que mais atinge a nossa existência, aquela que interessa ao nosso trabalho de redenção. E o conhecimento da técnica funcional dos fenômenos do espírito nos induzirá a uma conduta mais sábia que, evitando o erro, evita também a dor. Aprenderemos assim racionalmente, cientificamente, a redimir-nos conhecendo a técnica do processo de salvação.

Nesses parágrafos, observamos que a genialidade de Ubaldi revelou-nos a existência de um outro universo além do nosso, feito de uma substância completar e contrária à que nos corresponde, compondo um mundo nos antípodas deste em que vivemos. Assim universo e antiuniverso, denominados Sistema (S) e Antissistema (AS) por Ubaldi, integrariam a dualidade fenomênica em oposição, segundo a qual a Criação se cindiu, largamente estudada em sua obra. O primeiro é o universo absoluto, o campo divino, fora do tempo e do espaço; o segundo é cosmo físico relativista em que nos encontramos, feito de espaço, tempo, energia e matéria.
A proposição é bastante lógica e constitui a chave para se melhor compreender a natureza do nosso universo e os atributos de perfeição que julgamos pertinentes ao Criador. Para a nossa razão atual, não há outra teoria que elucide de forma tão consistente e clara a existência da dor, do mal e da evolução em nosso cosmo. Remetemos o estudioso que ainda não teve a oportunidade de examinar essa estupenda proposta aos livros Deus e Universo e O Sistema, para que a analise de forma mais abrangente.
A existência desse outro universo perfeito torna-se uma premência axiomática, sendo a única que nos satisfaz a crença em um Deus perfeito. Portanto, há necessidade de se contrapor um diferente substrato na composição desse mundo perfeito. Compreendemos e aceitamos a proposição que Ubaldi nos apresenta, ao considerar a existência de uma espécie de “antissubstrato” (em anteposição à matéria física) na composição desse cosmo perfeito. Faz-se necessário, contudo, analisarmos se a antimatéria, nos moldes definidos pela ciência terrena, corresponde efetivamente aos pressupostos e propriedades dessa substância que imaginamos entretecer os campos divinos do absoluto.
Analisemos a questão um pouco mais a fundo. Comecemos por conhecer o que se compreende por antimatéria na conceituação científica atual. A ciência a trata como um fenômeno puramente físico, embora de rara manifestação em nosso universo. Trata-se nada mais que uma matéria feita de átomos compostos por elétrons carregados positivamente (e não negativamente como de hábito), e prótons, de igual forma, negativos (e não positivos, como é o comum). Esses elétrons positivos são chamados de pósitrons, e os prótons negativos, de antiprótons – formam assim núcleos atômicos negativos, envolvidos por eletrosfera positiva – uma composição exatamente oposta à encontrada na natureza, pelo menos naquela que permeia o nosso derredor.
Todavia essa matéria é tão concreta quanto à nossa e teria o mesmo comportamento das substâncias que conhecemos, pois não haveria diferenciação de suas propriedades físico-químicas, como peso, aparência, densidade, ponto e ebulição etc. A simples inversão das cargas elétricas de suas partículas atômicas não as fazem substâncias etéreas, não-degradáveis, imperceptíveis aos nossos sentidos ou dotadas de extraordinária perfeição, como esperamos que seja a substância do absoluto. Forma uma matéria tal como a que conhecemos, tão degradável e instável como qualquer outra. Portanto, antecipando conclusões, não nos parece que a antimatéria, como definida pela ciência, atenderia às características necessárias à composição do universo oposto ao nosso, ou seja, o Sistema. O Absoluto deve conter, sim, uma substância em exata oposição ao nosso, e está não está alcance de nossa análise.

A antimatéria foi detectada pela primeira vez em 1932, pelo físico americano Carl Anderson em um experimento. Contudo, somente em 1995, após a construção dos grandes aceleradores de partículas, é que se conseguiu construir átomos inteiros feitos de antipartículas – precisamente átomos de hidrogênio compostos de um único pósitron girando ao redor de um antipróton.
Essas antipartículas e seus átomos se revelaram, todavia, completamente instáveis, pois em contato com a matéria habitual, ambas se desintegram, liberando enorme quantidade de energia. Portanto, em nosso universo, essas duas formas invertidas de matéria não podem coexistir. Para se manter uma mínima quantidade de antimatéria por tempo desejável necessita-se de um recipiente muito especial, que tenha suas paredes impregnadas de um forte campo magnético, de modo a impedir o contato direto das antipartículas com as partículas que as compõem.
Diz a ciência que nos primórdios do universo, nos primeiros milionésimos de segundos de existência da fornalha atômica do big bang, quando a matéria se formava pela primeira vez, para cada partícula gerada, nascia também a sua contraparte, uma antipartícula. As duas se chocavam violentamente, liberando enormes jatos de energia. Em meio a essa descomunal tempestade cósmica provocada por esses estupendos embates, houve uma ligeira preponderância de matéria sobre a antimatéria. Foi, porém, um significativo e importantíssimo fato, pois permitiu a formação de massas de átomos estáveis em nosso universo físico. Toda a matéria ao nosso derredor representa, portanto, as migalhas que restaram do entrechoque de partículas e antipartículas. Graças a isso, o universo físico pôde existir e pudemos encarnar e evoluir nos seus mundos materiais. Ninguém foi capaz, até hoje, de explicar exatamente por que houve esse ligeiro predomínio de matéria sobre a antimatéria. Nós, contudo, podemos ver nisso a ação do “dedo de Deus”, pendendo a balança matéria-antimatéria para um dos lados, a fim de que a vida física se tornasse possível. Do contrário, nosso universo seria nada mais que um incomensurável oceano de energias flutuantes.
Os cientistas revelam que a antimatéria promete ser no futuro a mais espetacular fonte de energia, pois, como vimos, do seu encontro com a matéria é liberada a mais potente força já vista pelos olhos humanos. Para se ter uma ideia disso, 10 kg de antimatéria contém a mesma quantidade de energia gerada pela Usina de Itaipu em seis anos. Ou seja, tão pequena porção dessa substância seria suficiente para fornecer energia elétrica para metade do nosso país por todo esse tempo. E ainda, abastecido com apenas um 1g dela, um automóvel poderia andar 10 mil km.
Exatamente por isso é que a nave da famosa séria Jornada nas Estrelas utilizava combustível de antimatéria para as suas viagens interestelares. Seria o único combustível capaz de acelerar um foguete a velocidade tal que lhe permitisse trafegar pelos espaços siderais em tempo viável para a vida humana.
O problema que ainda ocupa a ciência, não obstante, é o alto custo requerido para a produção de antimatéria. Por isso as pesquisas no momento estão empenhadas em descobrir como produzi-la de modo econômico, tornando-a útil à humanidade. Atualmente a ciência já utiliza a antimatéria com sucesso em alguns aparelhos, como por exemplo, o PET Scan­ – tomógrafo por emissão de pósitrons –, que faz varreduras no corpo humano, produzindo imagens detalhadas de suas estruturas internas. Esse aparelho usa elétrons carregados positivamente para atravessar a matéria biológica. Muitos poderão se perguntar se, nesse caso, não haveria explosões no encontro desses “antielétrons” com os elétrons presentes no corpo humano. De fato há, porém em quantidades tão exíguas que isso não lhe causa mal algum. Esses elétrons positivos caminham pelos largos espaços existentes entre os átomos e mesmo através das eletrosferas atômicas sem se chocarem com nenhuma partícula. Uma pequena fração trombará nos corpúsculos atômicos de nossas moléculas, porém sem deixar danos, segundo relatos dos experimentos científicos. O estrago, entretanto, seria significativo caso o aparelho emitisse antiprótons – aí sim haveria uma súbita explosão de todo o organismo.
A nefasta mente humana anteviu ainda na enorme liberação de energia do encontro matéria-antimatéria a possibilidade de construir as mais poderosas armas de destruição jamais vistas. E dizem que cientistas norte-americanos estão, na atualidade, intentando materializar esse terrível projeto. Torçamos para que o mundo evolua espiritualmente antes que se viabilize esse danoso arsenal de guerra, muitíssimo mais poderoso que a bomba de hidrogênio, cujo uso em mãos mal intencionadas poderá aniquilar o planeta.
É pertinente ainda ressaltar que um objeto efeito de antimatéria não nos seria invisível e impressionar-nos-ia os sentidos da mesma maneira que qualquer outro artefato. Somente não poderíamos tocá-lo, pois como vimos, a nossa matéria e o próprio objeto destruir-se-iam nesse contato.
Enfim, concluímos que a antimatéria é feita das mesmas partículas que nos servem, somente impregnada de energia eletromagnética invertida em suas polaridades. E assim podemos deduzir que o universo espiritual que complementa o nosso universo físico não pode ser feito dessa substância. Como esses dois mundos se interpenetram, haveria uma aniquilação de ambos nesse permanente roçar de dimensões.
Torna-se assim claro que a antimatéria não satisfaz o que esperamos de um composto próprio para entretecer o universo do espírito. Não era a essa substância propriamente a que Ubaldi se referiu, pois, com toda certeza, o pensador da Nova Era tinha em mente outro tipo de composto ao imaginá-lo como sendo o substrato de um cosmo espiritual, imaterial e perfeito.
Se Ubaldi vivesse em nossos dias certamente se valeria não da antimatéria, mas do tema “universos paralelos” para suscitar a anteposição S-AS. Imaginado pela própria ciência, esse termo designa a possível existência de universos em dimensões paralelas que estariam em contato através dos famosos “buracos de minhoca” – um tipo hipotético de túnel que levaria, através de um buraco negro, ao “outro lado” da nossa dimensão espaço-tempo, onde poderia existir um outro cosmo anteposto ao nosso.

Retornemos, contudo, às nossas ponderações a respeito da antimatéria de Ubaldi. Para compreendê-la melhor faz-se importante considerar a existência de dois universos espirituais: o absoluto e o mundo dos espíritos. O primeiro é propriamente a morada do Divino e está fora do tempo e do espaço. O segundo é o além-túmulo que encontramos depois da morte física, onde se reúnem os desencarnados. Este, segundo os informes dos videntes e as descrições da vasta literatura espírita, sobretudo aquela que nos chegou através da bendita mediunidade de Chico Xavier, está feito de estruturas que se estendem no tempo e no espaço, onde a alma prossegue na sua caminhada evolutiva.  

Pertence, portanto, ao relativo, ou seja, faz parte do Antissistema, e se encontra ainda muito distante do absoluto, o Sistema. Exatamente por isso morremos e não nos encontramos com Deus e seu séquito de anjos. Essas esferas do além são em tudo semelhantes ao nosso mundo, contêm solo, rios, montanhas, objetos variados e até mesmo edificações idênticas às da Terra. Concebe-se que estão entretecidas em um tipo de substância que se denomina matéria extrafísica. Segundo nos informam estudos ocultistas, essa matéria extrafísica é formada também por átomos – chamados átomos etéreos –, porém feitos de partículas quintessenciadas, cuja natureza imaginamos ser unicamente a expressão menos densa das nossas mesmas partículas, ou seja, nada mais que corpúsculos físicos expressos em nível vibratório mais elevado, ou nível quântico diferenciado, dizem alguns. Destarte, imagina-se, essa matéria extrafísica obedeceria aos mesmos e exatos padrões que compõem a nossa matéria habitual, ainda que expressa em nível dimensional distinto. Logo, o mundo espiritual imediatamente após a morte tem a mesma aparência do plano em que estamos, e lá encontraremos água, feita de um átomo de oxigênio e dois hidrogênios (H2O), corpos biológicos compostos de carbono, oxigênio, hidrogênio e nitrogênio, solo e pedras de sílica, calcário, enfim, deparar-nos-emos com os mesmos elementos da tabela periódica conhecida em nosso mundo. Informação espalhada pela vasta literatura espírita, sobretudo aquela ditada por André Luiz.

Essa matéria extrafísica não corresponde exatamente ao que entendemos por antimatéria e assim não podemos caracterizá-la. Ou seja, não se trata de uma matéria feita de partículas de cargas elétricas invertidas, mas de densidades distintas, apenas isso. Devemos considerá-la como a matéria que se opõe à nossa, mas na mesma dimensão relativista em que nos encontramos – assim, universo físico e extrafísico representariam dois polos do AS, um mundo igualmente dualizado em todas as suas inerentes expressões fenomênicas. Ambas as matéria, a física e a extrafísica, todavia, antepõem-se propriamente a outro tipo de matéria, a substância original e pura, aquela que sustenta o absoluto, forma os campos divinos, ou seja, entretece o Sistema. Não sabemos o que é exatamente essa substância pura, pois é completamente inacessível à nossa análise atual. Não obstante sabemos o que ela não é. Estando fora do tempo e do espaço, ela não deve ser corpuscular e não está sujeita à vibração. Sendo perfeita, não é degradável. Sendo pura, não é decomponível. Sendo um produto absolutamente inteligente, não se sujeita à desordem. Sendo estável, não se submete a transformações. Sendo espiritual, é feita de puro pensamento. Sendo imperceptível aos nossos sentidos físicos, sequer depois de nossa morte poderemos detectá-la.
Dessa maneira, a substância pura que forma o absoluto divino não encontra nenhuma correspondência com a antimatéria tal qual definida pela nossa ciência, e sequer com a matéria extrafísica. Poderíamos chamá-la de antimatéria, desde que subordinássemos esse termo a outra conceituação que não a adotada pela ciência. Ou seja, seria nada mais que uma contraposição espiritual e pura das substâncias físicas em suas expressões mais grosseiras, conhecidas em nosso mundo. Caracterizando-a segundo os moldes da perfeição divina, poderíamos denominá-la mais propriamente antimatéria pura para assim diferenciá-la da nossa conhecida antimatéria. Ou melhor ainda, chamemo-la matéria S em contraposição à matéria AS e assim a teremos mais bem caracterizada.
Deduzimos assim que antimatéria é construção física mesmo, própria do nosso mundo, embora extremamente rara. A possibilidade de sua existência demonstra, de fato, a lei complementar suscitada por Ubaldi. Em nosso universo dualizado, haverá sempre uma contraparte para todas as partes que o compõem, porém, não necessariamente fora da mesma dimensão em que se manifestam.
E resumindo, concluímos que, para Ubaldi, antimatéria não tem a mesma conotação que lhe dá hoje a ciência. O missionário do Cristo estava imaginando outro tipo de substância, um substrato supradimensional, fora do tempo e do espaço, ao conceituá-la. Por isso, cremos, ele se referia à substância pura propriamente dita, aquela que, sim, opõem-se a todo substrato que se manifesta no relativo, tanto nos mundos físicos quanto nas esferas do além-túmulo. Antimatéria seria unicamente uma curiosa oposição da nossa própria matéria, em nosso próprio plano de manifestação, onde, sim, não há lugar para a existência das duas simultaneamente, comprovando que o dualismo fenomênico é expressão de todo o universo caído.
Destarte não podemos deixar o tema sem expor a interrogação capital que nos assalta ao meditarmos na composição do nosso e de qualquer outro universo: se a matéria é uma realidade e se tudo existe como tal, o que exatamente forma a sua base? Ou seja, se a matéria é feita de partículas, e essas partículas têm massa, são alguma coisa, o que as compõe, por sua vez? Essa é uma das mais curiosas perguntas que pode assaltar a mente humana, a remeter-nos para a interrogação fundamental: de que é que tudo feito? A física atual já compreendeu que matéria nada mais é que uma manifestação impactada da energia. Porém, permanece a pergunta: a energia está feita de quê? Enfim, qual é o substrato da realidade, e de onde provém esse substrato?
Para responder a essa pergunta, Ubaldi formulou-nos, em A Grande Síntese, a famosa grande equação da substância, segundo a qual tudo que existe em todos os universos tem sua origem em um único elemento existente na Criação, que ele denomina de substância. Essa substância é o substrato que forma tanto o espírito, quanto a energia e a matéria no cosmo em que respiramos. Esses elementos se diferenciam unicamente por se apresentarem em distintos graus de condensação da substância: sutilizada na forma espírito, parcialmente adensada como energia e intensamente compactada na manifestação que chamamos matéria. Seria então a substância comparável à água que pode ser vista em seus três estados fundamentais: vapor (espírito), líquido (energia) ou gelo (matéria). Embora distintos em sua apresentações finais, esses estados nada mais são que expressões diferenciadas de um mesmo elemento, a água (a substância). Entendemos assim que na Criação haveria um único elemento criado por Deus, a substância, a qual se transforma em tudo o que se conhece. Ideia fundamental que sustenta a fabulosa concepção monista do universo, ou seja, o perfeito unicismo. Portanto compreendemos perfeitamente que a matéria S e a matéria AS têm na substância uma e mesma origem. A matéria AS desdobra-se em matéria física, compondo mundos físicos, e em matéria extrafísica, que forma os mundos espirituais, contudo são manifestação de uma realidade fenomênica.
E mais, com a proposta de Ubaldi apresentada na obra Deus e Universo, entendemos que a matéria AS não é senão uma forma degrada, contraída e temporária de manifestação da matéria pura, a matéria S. Degradação que entendemos como não criação e Deus, mas produto direto da queda do espírito. Portanto, em última análise, toda matéria que nos envolve, seja partícula ou onda, seja física ou extrafísica é produção do nosso próprio ser, é nosso hálito, irradiado pelos nossos egocentrismos em fuga do seio divino.
Assim, finalizando, chegamos ao seguinte esquema derradeiro que nos permitirá um melhor entendimento do assunto:
                                     Substância                                          
Matéria S Substrato do S (Absoluto) Espírito Puro
Matéria AS Matéria Física - Mundos materiais
Matéria Extrafísica - Mundos espirituais
Espírito
Energia
Matéria

Isso tudo pode soar muito estranho a quem jamais adentrou tão avançadas perquirições. É verdade. Sem Ubaldi, jamais nos aventuraríamos a perpassar tão complexos informes. Não se assuste! E não rejeite essas proposições, amigo leitor, pela primeira impressão que elas possam lhe causar. Acalme-se e predisponha-se ao estudo, como uma flor aberta aos raios do Sol. Apenas isso. E então você poderá compreender. E convencer-se-á de que Ubaldi franqueou-nos visualizar o mais extraordinário panorama fenomênico jamais antevisto pelos olhos humanos. O convencimento, todavia, é obra do tempo, da meditação e do amadurecimento do espírito, pois, como todo conhecimento, é como um fruto – requer o seu próprio tempo para ser degustado e absorvido.

Aguarde com paciência e cresça.
Belo Horizonte, 15 de fevereiro de 2009
Gilson Freire

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