sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O Enigma dos Mamutes da Sibéria Por Roberto Pereira



Os mamutes congelados da Sibéria é um dos mistérios que continuam desafiando a ciência moderna que, baseada em meras teorias faz algumas especulações razoáveis e admite que solução desse enigma pode contribuir para desvendar diversos outros fatos inexplicáveis e ainda mais nebuloso da história do planeta terra.
Em 1900, nas margens do rio Beresovska, na Sibéria Setentrional, se encontrou o primeiro exemplar conservado de mamute em meio à lama congelada. O fato em si não era inteiramente novo, já que antes tinham sido encontrados restos congelados de outros animais antigos. Mas nunca um exemplar tão grande, e em tão bom estado de conservação. Além disso, aquele mamute morrera de pé e tinha ainda restos de capim entre os dentes! Se morrera comendo, como ficara de pé? E por que não cuspira o alimento nos estertores de sua agonia?
Naquela época a ciência já sabia que os mamutes tinham desaparecido da face da Terra há, pelo menos, 10 mil anos e, logo, diversas expedições acorreram ao local para examinar o estranho achado. Descobriram que , apesar da idade, a carne do mamute estava ainda tão bem conservada que cães e lobos disputavam seus pedaços.


A primeira explicação apresentada pelos cientistas foi de que o animal afundara no gelo, morrendo assim quase instantaneamente. Mas não havia nem jamais houvera geleiras naquela região da Sibéria: apenas neve durante o inverno. Neve que se derrete na estação quente. A outra teoria afirmando “que o animal morrera afogado” também não foi aceita. Se tivesse se afogado, ele, certamente, cuspiria os ramos encontrados na sua boca e nunca teria ficado de pé.
Finalmente, outros cientistas levantaram a teoria de que aquele mamute ficara preso no barro pegajoso e afundara lentamente de pé, até ser coberto pela neve e pela lama gelada. Mas um exame mais detalhado do solo provou que naquela região jamais houvera camadas de lama elástica, capazes de prender, até a morte, um gigantesco mamute de quase dez toneladas.


Havia ainda outro problema: o alimento encontrado na boca do animal incluía delicados carriças, capim e ranúnculos, que só vicejam, hoje em dia, muito mais ao sul. Tudo aquilo junto formava um respeitável quebra-cabeça cientifico, para o qual durante muitos anos, dezenas de sábios (??!!) não conseguiram nenhuma explicação satisfatória. Afinal, seria ilógico admitir que o pesado animal interrompera sua refeição e correra depois centenas de quilômetros para o Norte, com o capim na boca, para morrer de repente, de pé.
A Ciência Oficial se apóia em fatos provados, mas quando eles não existem, ela costuma montar teorias completas sobre frágeis indícios indiretos, e sobre a lógica também. Seria mais lógico admitir, por exemplo, que aquele tipo de capim crescera outrora naquela mesma região, e que o mamute morrera e fora congelado de repente – quase que instantaneamente -, enquanto pastava.
Os anos foram passando e outros animais congelados foram sendo encontrados na Sibéria, com sinais claros de morte instantânea e sem sinais visíveis de violência. Todos eles haviam sido congelados. O problema era saber como.


Em qualquer processo de congelamento de carne é necessário que a queda de temperatura seja acentuada e muito rápida, caso contrário se formam grandes cristais de água nas células – o que provocaria desidratação que estragaria a carne em pouco tempo. Para se congelar uma galinha ou um peru, por exemplo, a -40 ºC, são necessários 20 minutos; e pelo menos meia hora para se congelar meio boi. Um animal do porte de um mamute, quase duas vezes o tamanho de um elefante atual, teria que ser congelado a -100 ºC , em poucos minutos, para que sua carne ainda pudesse ser comida pelos cães, 10 mil anos depois.



Poucos mistérios desafiam tanto a argúcia dos sábios como a morte instantânea dos mamutes da Sibéria.


Só havia um problema: O exame do exemplar congelado do rio Beresovka mostrou que o animal comera pequenos ramos de floridos, pouco antes de morrer. Grande quantidade de vegetal foi encontrada intacta, ainda não digerida, em seu estômago. E sabe-se que tais plantas não crescem onde a temperatura é inferior a -5 º Celsius. A única explicação satisfatória seria a morte instantânea dos animais, devido a um súbito abaixamento da temperatura da Sibéria. E tanto o exame da carne do mamute como a analise dos vegetais que comera provou, sem sombra de duvidas, que tal catástrofe ocorrera em 10.000 anos a.C.(época do dilúvio de Noé).
Nos últimos trinta anos, numerosos cientistas russos viajaram até a região do rio Beresovska, em busca de novos indícios. E hoje se aceita, como a mais provável, a tese levantada por Imanuel Velikovski de que somente uma súbita mudança na inclinação do eixo de rotação da Terra poderia causar fenômenos meteorológicos capazes de explicar a repentina morte dos mamutes siberianos (e estamos próximos de nova mudança dos pólos magnéticos do planeta e com as suas conseqüentes catástrofes).
Segundo alguns astrônomos, baseado em simulações em computador, somente a força eletromagnético de algum astro errante, um grande planeta ou uma pequena estrela passando suficientemente próximo da Terra poderia mudar o eixo de rotação terrestre.
Isso certamente provocaria marés no magma interno da Terra, abalando a fina crosta sólida do nosso mundo – de 30 a 90 km de espessura. Os vulcões, situados quase todos na zona equatorial, entraram em erupção, arremessando lava, pedras e, principalmente grandes quantidades de poeira superaquecida, se elevaria até a estratosfera. Depois, seguindo o movimento normal dos ventos, essa poeira dirigia-se, espiralando rumo aos pólos. O frio das grandes altitudes as congelaria e, quando ela atingisse a Sibéria, mergulhando rumo ao solo, poderia perfeitamente estar a – 100º Celsius.


O quadro fica, então mais fácil de imaginar. Chegando às regiões setentrionais do planeta a poeira subitamente escurece o sol. Os animais, que naquela época pastavam nas planícies verdejantes do Alasca, do Norte do Canadá e da Sibéria, olham espantados para a noite que chega de repente. E pouco depois são atingidos pelos ventos super gelados provocados pelas poeiras vulcânicas que cai do céu. Os animais sentem o ar frio queimar seus olhos e pulmões, e em segundos estão mortos enrijecidos nas posições em que estavam. Horas depois o vento diminui, mas durante semanas cai do céu poeira e neve que, lentamente, recobre os corpos congelados dos animais que, como estátuas geladas, acabam sendo totalmente cobertas.



A mudança do eixo da Terra alteraria também o clima da Sibéria – e isso ajudaria a conservar praticamente intactos, os animais durante os milênios seguintes. Velikovski aponta outros indícios dessa mesma catástrofe como à súbita mudança no clima do Alasca, o secamento do grande lago que existe onde hoje é o deserto do Saara e a abertura do estreito de Gibraltar, que provocou o alagamento da região mediterrânea pelas águas do Atlântico.
Tudo isso, acreditam muitos cientistas, ocorreu mais ou menos há 10.000 anos. Velikovski acredita que todos esses fatos se explicam pelo mesmo fenômeno cataclísmico. Esses são os fatos. Essas são as hipóteses. No entanto, mesmo com os recursos da ciência moderna, não existem ainda meios para unir todos esses indícios numa única teoria à prova de qualquer duvida. Mas alguns cientistas acreditam que estão na pista certa. E outros ainda mais ousados, chegam a levantar a hipótese de que se algum dia existiu o continente da Atlântida, ele teria afundado naquela mesma época e pela mesma razão. Assim, enquanto na Sibéria morriam os derradeiros gigantes da pré-história terrestre, o Atlântico afundava o continente onde, segundo Homero, existiu a mais brilhante das antigas civilizações da Terra.

Bibliografia:


Mundos em Colisào de Manuel Velikovski --- Edições Melhoramentos

Grandes Enigmas da Humanidade de Roberto Pereira e Luiz Carlos Lisboa --- Editora Vozes de Petropolis

Sur la piste des Betes Ignorées , de Bernard Heuvelmann --- Edição de librarie Plon --- Paris

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