No Japão, um professor alemão, Herrigel, estava aprendendo a arte do arco-e-flecha com um mestre Zen.
Ele se tornou perfeito, 100% perfeito, não errava nenhum alvo.
Naturalmente, ele disse ao mestre:
“Agora o que resta aprender aqui? Posso ir embora agora?”.
O mestre respondeu:
“Você pode ir, mas não aprendeu nem o bê-á-bá da minha arte”.
Herrigel disse:
“O bê-á-bá da sua arte? Mas eu sempre acerto o alvo!”.
O mestre replicou:
“Quem está falando em alvo? Qualquer tolo pode fazer isso, basta praticar. Isso não tem nada de mais; agora é que começa a verdade. Quando o arqueiro pega o arco e a flecha e mira o alvo, há três coisas aí: uma é o arqueiro, que é o mais fundamental e básico, é a fonte, é a essência; depois há a flecha, que é o que passará do arqueiro para o alvo; e depois há o objetivo, o alvo, o ponto mais distante.
Se você acertou o alvo, apenas atingiu o mais distante, apenas tocou na periferia.
Como ela se movimenta? Quem a está movimentando? Você não sabe isso, não conhece o arqueiro.
Você praticou o arco-e-flecha, o alvo você acertou, sua pontaria foi 100% perfeita, você se tornou eficiente com um nível de perfeição de 100%, mas isso se refere ao alvo.
E você? E o arqueiro? Alguma coisa aconteceu no arqueiro?
Sua consciência mudou um pouco? Não, nada mudou.
Você é um técnico e não um artista.
Sua consciência mudou um pouco? Não, nada mudou.
Você é um técnico e não um artista.
E, se você contar continuamente somente com os frutos e as flores e nunca penetrar na escuridão da terra, nunca entenderá a árvore, pois a árvore está nas raízes.”
Lembre-se que o alvo nunca está do lado de fora.
Bjs e abraços,
Fabricio =)
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