quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O que somos: carvão ou diamante?



Quando observamos a Natureza e vemos árvores mortas, galhos secos caídos ao solo, nem nos apercebemos que estamos diante de uma lição de vida.

A madeira seca tem dois destinos, um é ficar ao solo, e sofrendo a ação do tempo, dos elementos, putrefazer para alimentar a vida microscópica e vermes, e retornando em seus elementos químicos básicos alimentando o solo para que nova arvore possa crescer, completando o ciclo.

O outro é ser recolhido e alimentar o fogo que, pelo seu poder transmutador, executar um trabalho, pela calcinação, devolve água e substâncias voláteis, sua parte espiritual ao ar, e devolve em cinzas o alimento ao solo. E seu resíduo intermediário, carvão negro, carbono purificado, ao ser macerado se transforma em negro de fumo, pó fino que penetra em todos os lugares, sujando tudo, mas sem muita utilidade, se mantido nesta fase.

Porém, se o carbono continuar a ser purificado, sob ação de reações físico-químicas, em certas condições poderá se transformar em vários tipos de grafites, lubrificantes, que reduzem o atrito onde estão presentes, mas sua maior função foi desde a antiguidade, servir ao homem como uma forma de registrar seu conhecimento através da escrita.

Devemos à madeira, ao papiro e carvão, os primeiros registros de nossa civilização. Se crescermos, temos toda vida orgânica neste belo planeta único, em sua diversidade de manifestação devemos aos elementos básicos, entre eles o Carbono.

Mas sabemos que uma parcela mínima do carbono existente na Terra deixa de cumprir seu papel esperado, e se submetendo a altas exigências, de temperatura, pressão, ausência de atmosfera, por milhares de anos, vai organizando sua cristalização para formar um belo diamante bruto, que ao vermos na natureza podemos, na nossa ignorância, confundir com um cristal sujo, mas ao ser lapidado transmuta-se em beleza indescritível capaz de colorir a luz que nele reflete.

Porém, como co-criadores, partes da centelha divina, podemos realizar em nós esta transmutação, pois também somos compostos de carbono, sob o ato da criação, sem o sofrimento representado pelo calor e pressão externos, alto gasto energético como o realizado pela Natureza, podemos passar por um processo mais suave de cristalização a frio (fusão à baixa temperatura) organizando cada átomo de carbono que nos compõe, comandando sua forma cristalina de forma a formar o nosso objetivo final, tornarmo-nos um diamante, purificados no melhor esplendor da matéria, de dentro para fora, sublimando cristal a cristal, sem a necessidade de se contaminar com impurezas, trapos que nos tiram a beleza, e que exigirão para sua retirada processos agressivos como a lapidação e abrasão, para que brilhemos em nossa plenitude.

A lapidação, devida à contaminação do que não é nossa essência, avilta, corrompe, reduzindo uma enorme pedra bruta em um pequeno diamante lapidado.

É muito mais fácil rearranjar os cristais cuidando deles na sua formação, dentro de nós, ajustando nossas energias, que sermos moldados pelo mundo exterior.

Porém, como podemos refazer este processo?

Está em nosso livre arbítrio continuarmos no processo passivo evolutivo sendo carvão, grafite, expostos ao meio, para sermos aquecidos, prensados, abrasados, lapidados através da dor, como a madeira que se putrefaz no solo.

Mas também podemos seguir o exemplo da árvore, que se submete ao processo ativo, que se submete ao fogo para purificar, deixando como cinzas tudo aquilo que nos aprisiona, como o passado, e entregarmos aos céus nosso futuro, vivendo apenas nosso momento atual, já que ele é o único que podemos alterar.

Ao recebermos "verdades", dogmas, e normas do mundo externo, antes de acatá-los, verificar se estarão nos contaminando ou irão acrescentar algo, sendo capazes de localizar e descristalizar todos os cristais solidificados que arquivam registros energéticos de nossas mágoas, traumas, que deixam nosso campo energético com bloqueios escurecidos.

Este processo é aparentemente moroso, cansativo, pois toda vez que examinamos aquilo que cristalizamos em nós e que se tornaram crenças e valores que deveriam ser passageiros, mas passaram a nortear nossa vida como verdade absoluta, temos que praticar o desapego do conhecido, da zona de conforto; como um alquimista solve e coagula, diluindo-os, separando-os do que somos, e escolhendo apenas a fase nobre para manter, descartando aquilo que não mais nos serve, e teremos que repetir esta inspeção inúmeras vezes, cada vez retirando mais um pouco dos trapos que já deixaram de nos servir, e ao repetirmos o processo, iremos ficando mais organizados, reduzindo o caos interno, de forma que estaremos mais próximos da perfeição do diamante e, com isto, nosso campo energético eleva o padrão vibratório, sutilizando-se, pois sem bloqueios, pode vibrar numa outra freqüência mais limpa, como se estivéssemos subindo uma oitava na escala musical, um degrau na evolução.

O resultado deste processo comandado por nós mesmos, no nosso ritmo, porém sem acomodação, será muito benéfico, pois aos poucos vamos obtendo a lucidez de que não somos apenas um corpo, regido pelas necessidades básicas, mas sim, um Espírito manifesto na matéria, e que pode ao se concentrar no seu potencial latente de mônada acima da manifestação, e que tem a capacidade de plasmar um novo caminho mais funcional, organizado, sem tantas pedras nos ferindo os passos, refreando nosso avanço.

É nossa escolha caminharmos numa estrada bela, florida, e com vales verdejantes e frutíferos à nossa volta, por confiarmos plenamente na capacidade de nosso Espírito em Vida decidir por onde conduz nossa parte material, ou trilharmos caminhos inóspitos, montanhas rochosas escarpadas, onde não se enxerga os próximos passos, pois não confiamos na capacidade de plasmarmos um belo futuro, mas sim, que apenas pela dificuldade, pela dor e sofrimento é que nos tornaremos dignos do acesso ao Pai.

Nenhum Pai faz para seu filho um caminho dolorido, rude, mas busca ensiná-lo a usar seus potenciais ao máximo, e para isto exige disciplina, que o filho saiba para onde e por que caminha, ao invés de ser uma folha jogada ao léu pelo vento.

O caminho do autoconhecimento, da experienciação interna, pelo caminho das sensações e não pelo racional, com a renovação diária é o caminho para brilharmos nosso espírito em sua plenitude, como um grande diamante naturalmente lapidado.

Fonte-www.stum.com.

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