quinta-feira, 4 de agosto de 2011

REENCONTRO COM O PAI CELESTIAL


Pai Celestial,
Meu Pai:

Sou eu, seu filho pródigo que, um dia decidiu descer à esfera do esquecimento e da dissociação.
Desci, apartei-me de Vós e, por éons, vivi as mais incríveis experiências.
Mas, a separação foi apenas unilateral pois, sempre estivestes comigo.

Vossos Anjos, sempre me acompanharam, ajudando-me a ultrapassar todos os obstáculos que, consciente ou inconscientemente, me submeti; - que, quis experienciar nesta Dualidade, na eterna batalha entre o Bem e o Mal.

As vivências foram difíceis, arrojadas, sofridas..., gratificantes?
Não saberia dizer!

No entanto, lá no imo de mim mesmo, algo de muito grande, sempre me sustentou, em todos os momentos.

Neste ilusório Nirvana, Grande Maia, ...mundo de assaltos, medo e lutas, uma imensa saudade de Algo muito grande e maravilhoso..., uma Presença ignota, sempre me sustentou, incentivando-me a encontrá-La.

Pai, passei a vos procurar; nas crenças, ...nas preces infindáveis e constantes, ...na Filosofia, ...no Senhor dos Exércitos, relatado nos Escritos Antigos, ...no Senhor do "Povo Eleito", ...no Senhor dos Prêmios e Castigos...

Mas, essas figuras, essa busca, não preencheram a imensa saudade, sempre presente em meu coração; ao contrário, apenas me amendrontavam mais, pois davam-me a impressão de estares inacessível aos "pobres pecadores", réprobos; decaídos...

Mas, a saudade, fazia com que me sentisse cada vez mais deslocado neste incompreensível mundo; dando-me a certeza de que, mesmo estando aqui, não sou deste mundo, não sou este corpo, não sou esta personalidade construída com os elementos existentes neste mundo.

Meditei sobre a prece que nos foi ensinada por Vosso Filho: " Pai Nosso, que estais no Céu...", então, compreendi que um dia apartei-me de Vós e que não poderia vos (re) encontrar em crenças, religiões, filosofias..., no que quer que seja, que não fosse em mim mesmo, no Sagrado Templo do Meu Coração.

Compreendi, que no mundo, em tudo o que é exterior à mim mesmo, jamais Vos encontraria; nos templos, nas liturgias, na prece..., eis que, lá fora, tudo, absolutamente tudo, é Ilusão.

Descobri, que falas comigo através das Vibrações que palpitam em meu peito quando me entrego-me a Vós; quando digo: "-Seja feita a Vossa vontade", quando abandono-me totalmente a Vós. Então, Vossa Vibração palpita em meu peito, colocando todo meu Ser em estado de êxtase; onde as palavras não têm sentido; onde os pensamentos não penetram;...onde a mente se cala, a personalidade não existe.

Então, compreendi que posso estar convosco, em vibração, sem necessitar de nada exterior a mim mesmo.

Posso me transportar à Vossa Divina Presença!

Descobri, que posso voltar à Casa Paterna e Vos (re) encontrar.
Beijar Vossa face; ouvir o canto dos Anjos, a sinfonia dos corpos celestes a bailar pelo Cosmo.

Descobri, a ternura de Vosso olhar, pousado em mim.

E, nesse (re) encontro, (re) encontrei os Seres dos quais me apartei há éons.

Pai Nosso..., Meu Pai/Mãe, FONTE, não posso dizer que Vos amo, pois esta é uma expressão humana; posso apenas entrar na faixa de Vibração do Vosso terno e profundo olhar, para me sentir desnudado de Tudo o que não seja Vossa Vibração..., Vossa Luz Vibral..., para me (re) unir ao Todo,... ao UM, que Sois.
Nesse estado nada, absolutamente nada, importa.

SOU UM, Convosco.
Então, sento-me em Vosso colo, como uma criança o faz.

Brinco, rio, canto e, pelo poder da Vibração, sinto que me convidas a passear pela Criação..., pelo Éter, pelo Infinito dos Infinitos; no macro e no microcosmos..., na suavidade de Vossas emanações, EU descubro o ESTADO DE SER.

EU SOU, sem nada ser!
Então, eu posso dizer: "-Pai, estou voltando para Casa, como o filho pródigo, para nunca mais voltar ao estado de dissociação do Divino.

EU SOU, na humildade e na simplicidade reencontradas, Vosso filho.
(Irecê)

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