terça-feira, 2 de agosto de 2011

INSTANTE DA MORTE

 
Allan Kardec, Codificador do Espiritismo, perguntou aos Espíritos:

Qual o sentimento que domina a maioria dos homens no momento da morte: a dúvida, o temor, ou a esperança?

Os Benfeitores responderam:

A dúvida, nos descrentes contumazes; o temor, nos culpados; a esperança, nos homens de bem.

Em todos os tempos, o homem se preocupou com o seu futuro para lá do túmulo e isso é muito natural.

Qualquer que seja a importância que dê à vida presente, não pode ele deixar de considerar o quanto essa vida é curta.

E, sobretudo, precária, pois que, a cada instante está sujeita a interromper-se, nenhuma certeza lhe sendo permitida acerca do dia seguinte.

Que será dele, após o instante fatal?

Questão grave esta, porquanto não se trata de alguns anos apenas, mas da eternidade.

Aquele que tem de passar longo tempo em país estrangeiro, se preocupa com a situação em que lá se achará.

Como, então, não nos haveria de preocupar a situação em que nos veremos, deixando este Mundo?

Advindo da vida imortal, o homem guarda vaga lembrança do que sabe e do que viu no plano espiritual.

Isso faz com que, no instante da morte ele sinta que não estará definitivamente liquidado.

Chegando, assim, o instante da morte, conforme ensinam os Espíritos, cada um se sentirá de acordo com sua consciência.

Se traz a consciência culpada, sentirá temor. Se foi um homem céptico, descrente, sentirá, inelutavelmente, a dúvida.

Mas, se foi um homem de bem, um homem bom, a esperança lhe fará companhia, ao despedir-se do corpo que lhe serviu de instrumento para bem viver.

A questão é simples: morre-se como se vive. Tal vida, tal morte, diz a sabedoria popular.

A razão nos diz que o fato de deixarmos o invólucro carnal, não nos tornará melhores nem piores do que fomos até então. A natureza não dá saltos.

O que podemos, e isso nos é possível, é buscar viver de conformidade com as Leis Divinas desde agora, enquanto estamos a caminho.

Poderemos, se quisermos, vencer a descrença, buscando estudar as obras que falam de imortalidade, da realidade objetiva que nos aguarda após o decesso carnal.

Poderemos, ainda, aliviar a consciência culpada através da reformulação de valores, da reforma moral, envidando esforços para melhorar a nossa paisagem íntima, desde já.

Todavia, isso é de foro íntimo de cada um de nós, de quem depende, exclusivamente, a vontade de conquistar um estado d´alma tranqüilo, não só no instante da morte, mas em todos os instantes da vida, que é eterna.

* * *

A idéia do nada no Além-túmulo tem qualquer coisa que repugna à razão.

O homem, por mais despreocupado seja durante a vida, em chegando o momento supremo, pergunta a si mesmo o que vai ser dele, e sem o querer espera algo mais que o nada.

A razão nos diz que crer em Deus, sem admitir a vida futura, é um contra-senso.

O sentimento de uma existência melhor reside em todos os homens e não é possível que Deus aí o tenha colocado em vão.

Pensemos nisso!

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