A beleza do amor incondicional! Ismael de Almeida
Numa linda noite sem nuvens eu olhava o céu azul escuro, pontilhado de pontos luminosos, e meu coração se enterneceu, pela imensidão do espaço, e pela beleza de tantas pedras preciosas espalhadas pela abóboda de veludo, do firmamento.
Eu pensava no encanto do céu, na riqueza de tantas jóias de esmeraldas cintilantes, rubis que pareciam gotas de sangue de um vermelho de fulgor, de cristais puros como gotas de orvalho, que encenava uma pintura pictórica de rara beleza!
Eu também meditava na dor oculta da humanidade nas lágrimas escondidas em corações partidos, nos segredos de dor escondidos em muitos peitos soluçantes! Quem pode pesar a dor humana, quem pode medir o sofrimento que não pode ser vista pela indiferença humana?
Meu coração soluçava por sentir a impotência da compaixão que não encontrava ressonância em corações gelados de almas humanas petrificadas no egoísmo sem limite, alimentado pela ambição desmedida que ronda o planeta como abutre negro!
Eu cismava quando uma estrela riscou o firmamento, e descendo do céu escuro, como o pássaro que busca o abrigo do ninho acolhedor, pousou no âmago do meu mundo interno! A luz resplandeceu, e uma ternura imensa se apossou de meu ser! Eu me entreguei aquele doce enlevo, assim como o leito do rio caudaloso, aceita a água que corre mansamente, como a flor que aceita o orvalho da madrugada, como o botão de rosa que aceita a carícia dos raios dourados e mornos do sol!
A estrela aqueceu e iluminou a minha alma. E o astro benfazejo, aumentou o seu fulgor, até inundar de luzes o santuário de meu mundo interno, e uma onda de amor eclodiu como vulcão que de repente lança fogo e lavas, numa erupção feérica! O cálice do coração não comporta tanto amor em ebulição, e ele se lança para todo o mundo, como se a estrela se fragmentasse em um bilhão de pedaços para aquece os corações da humanidade!
Eu amei este astro dadivoso, que me trouxe frescor de vida, pedaços de céu azul, essência de santidade, pureza de neve das montanhas do Himalaia.
O meu amor cresceu e cresceu, desabrochou como o botão de rosa que anseia pela carícia dos raios de sol. Meu coração esmaeceu por tanta luz e tanto amor do astro dadivoso e não pode mais ser contido no pequeno pedaço do espaço não se passa do meu mundo interno! Eu amei minha pequena estrela com todo amor de minha alma, toda ternura do meu coração, e me entreguei a este amor, mansamente, numa entrega como a terra quente e calcinada se entrega com enlevo para a chuva amada e desejada!
Quem pode medir a imensidão de um amor que se entrega, sem nada pedir, nada desejar, nada esperar, apenas se doando como a rosa doa o seu perfume?
Amor, eterno amor! Quem compreende o amor, a não ser outro amor?
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