quarta-feira, 11 de julho de 2012

A Quietude da Mente - Práticas Renovadoras

A Quietude da Mente - Práticas Renovadoras


A mente trabalha incessantemente a todo tempo e os pensamentos fluem continuamente, e mesmo com o corpo em repouso, a mente permanece em atividade, e, às vezes, em intensa atividade. Desse modo, relaxar parece ser mais difícil que não relaxar, e o desgaste da mente é tão ou mais expressivo quanto o desgaste do corpo. Há situações nas quais temos a impressão de que nossa vontade está cansada, tamanho o cansaço percebido na mente. Em última análise, entendemos que nós somos apenas as nossas mentes, e por isso mesmo, quando sentimos que há desgaste, até nosso poder de escolha parece ficar comprometido. A realidade é animadora: somos muito mais que o corpo e a mente, e por meio da quietude e da interiorização nós podemos reconhecer nossas potencialidades e possibilidades ilimitadas.Trabalhar, estudar, interagir utilizando os mais diversos meios e tecnologias resulta em cansaço para o corpo e, principalmente, para nossa mente. Ao final de um dia podemos afirmar que "nós estamos cansados", e por isso, indispostos para fazer escolhas, para expressar qualquer desejo ou vontade, como que se a energia ou combustível tivesse acabado. Nós, na realidade, não estamos cansados, porém, nossa fantástica máquina corpo-mente está, sim, desgastada. Perceber-se como ente existente e ser em relação com o meio em que se encontra (físico e metafísico), através do veículo mente-corpo, é muito revelador: nossa compreensão se amplia sobre nosso poder realizador e o que podemos fazer por meio deste. Para tanto, o primeiro passo é permitir que sua mente se acalme: os pensamentos fluem o tempo todo, como que em uma conversação ininterrupta de várias vozes, e tentar silenciar a mente por meio do esforço serve apenas para estimular ainda mais esse fluxo. Resistir a esse fluxo é totalmente contraproducente, pois, além da energia consumida pelo fluxo, soma-se a energia gasta para resistir a ele.

Um modo simples e totalmente praticável para silenciar a mente é aderir ao fazer nada, ou seja, entregar-se sem nenhum tipo de resistência ao fluxo. Considere que segura uma grande bacia com água: é preciso malabarismos para manter a superfície da água serena e sem perturbações. Uma superfície quieta, pacificada, não resulta da tentativa de equilibrar a bacia e controlar os movimentos da água dentro dela. É preciso permitir que a água repouse na bacia e que a própria bacia repouse, sem qualquer tentativa de controle. Entenda a água como os pensamentos e a bacia como a mente, e aceite o repouso, sem tentar resistir ao movimento da água ou mesmo tentar controlá-lo. Ficar quieto, entregue, permite que a água siga a tendência do repouso na bacia, ou, se considerar o fluxo do rio, que as águas sigam harmoniosas, em seu curso.

A pacificação convida à entrega e à não resistência. Que tal praticarmos? Escolha um local quieto e que lhe seja agradável, em meio à natureza, à cidade, ou na sua casa, e sente-se confortavelmente, relaxando o corpo e permitindo que a mente se aquiete. Respire profundamente como que se na inspiração o ar trouxesse as luzes mais belas do Universo para seu sistema, e na expiração você liberasse aquilo que não precisa mais e que vai para reciclagem. Deixe-se aquietar, faça nada, espere nada, deseje nada, apenas se entregue ao momento e sinta-se acolhido pelo Todo que te envolve. Sua mente vai se aquietando e os pensamentos vão ficando desacelerados.

Se você quiser dar alguns passos além em seu exercício de pacificação e interiorização, pode acrescentar o exercício de concentração na sequência da prática anterior: uma vez que a mente está pacificada, estabeleça o foco na profundidade do seu próprio ser e se concentre em uma referência agradável, como a chama de uma vela, uma bela flor, o brilho das estrelas, ou concentre-se na sua própria presença como algo profundo, interno e deliciosamente existente. Nessa prática de concentração há uma espécie de movimento voluntário: quando a mente divagar, traga-a gentil e carinhosamente ao foco e permaneça assim, concentrado por algum tempo.

Para ir além da concentração, caso você queira perceber ainda mais profundamente sua existência, exercite na sequência a concentração no vazio. Funciona do seguinte modo: perceba-se integrado a um todo sem limites, como se estivesse a céu aberto, com nuvens se movendo gentilmente: você percebe o céu sem limites sempre presente, e eventualmente uma suave e gentil nuvem, que é o pensamento se expressando. Você não precisa saber a forma da nuvem ou de que natureza é, o que importa é somente o suave e livre movimento de eventuais nuvens, pois o que se revela presente e atrativo é a integração com o céu sem limites, em serena união com a quietude e a harmonia.

Permaneça com a prática pelo tempo que lhe for possível, e utilize essa estratégia diariamente, para que a tranquilidade e a quietude se tornem familiares a você, e, desse modo, sua máquina corpo-mente possa ter uma expressiva renovação, ficando totalmente perceptível que sua vontade não pode ser comprometida por nada, afinal, expressa-se além da própria mente e corpo. Sendo assim, valha-se de sua vontade e poder de escolha, e assimile a vida ilimitada em cada inspiração. Os benefícios desses exercícios são imediatos e também duradouros. Ótima meditação.

Um afetuoso abraço,

Marcelo Hindi - Psicoterapeuta Holístico

Fonte  : http://claudiovelasco.ning.com/profiles/blogs/a-quietude-da-mente-praticas-renovadoras

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