:: Graziella Marraccini ::
No próximo dia 20 de junho, às 20h08min, o Sol ingressa no signo de Câncer. Em seu caminho aparente rumo ao Hemisfério Norte, o Astro-Rei alcança o Trópico de Câncer no 23o paralelo norte. Ou seja, a Terra estará no máximo de inclinação nos afastando do Sol e trazendo o Inverno, para nos que vivemos no Brasil. No entanto, como a Astrologia ocidental tem origem no hemisfério Norte, o signo de Câncer não significa realmente o inverno, mas o verão que é a estação de máximo calor! O Signo de Câncer é o quarto do zodíaco e tem como regente nosso satélite, a Lua que representa o lar, a família, o seio materno e também em alguns casos o solo natal, nossa pátria.
A Lua rege nossas emoções, nossos sentimentos e nossas lembranças e no corpo físico rege o aparelho digestivo. Na mulher, a Lua também corresponde e rege o útero e os ovários e é dela que depende a fertilidade e a gravidez. Qual é a mulher que já não experimentou o desconforto do ciclo menstrual? Quem não conhece a famosa TPM? A mudança de humor, a extrema sensibilidade e volubilidade que o período menstrual provoca na mulher já são bem conhecidos! Então, por que a ciência teima em não reconhecer a influencia de nosso satélite sobre nosso corpo físico? No ano passado, publiquei no STUM um artigo sobre esse assunto: "Vivemos ao Ritmo da Lua?" e convido ao meus leitores a fazer a sua leitura, procurando-o também no meu site pessoal www.astrosirius.com.br.
Mas neste artigo, quero refletir sobre o que representa em nossa sociedade a feminilidade. Como é difícil conciliar a dualidade natural feminina hoje em dia! A condição da mulher na sociedade ocidental mudou muito desde que eu era adolescente. A chegada ao mercado da pílula anticoncepcional revolucionou não somente a vida sexual oferecendo à mulher a liberdade de experimentar o prazer mas lhe ofereceu a liberdade de escolher quando engravidar. Para a minha geração, foi uma verdadeira revolução. No entanto, essa revolução modificou ao mesmo tempo o 'papel' da mulher, em sua manifestação física enquanto fêmea como contrapartida do 'macho', algo que nos animais ainda é bastante definido, apesar das diferenças presentes em algumas espécies onde os papeis parecem invertidos. Assim, na medida em que a mulher foi se sentindo dona de seu corpo, de seu prazer e de sua sexualidade, começou a escolher o momento de ser mãe, não deixando que o acaso ou o destino escolhesse por ela.
Nos últimos 60 ou 70 anos, ela conquistou um lugar no ambiente profissional e buscou a independência financeira. Concorreu com paridade e, em certos casos, com superioridade com os homens no ambiente empresarial. Mas a que preço? O que ela fez com o o arquétipo do feminino? E onde encontrar novos modelos de feminilidade? Nessa fase de indefinição entre o papel antigo e o moderno, a mulher perdeu ou ganhou?
Recebo no consultório muitas jovens, em crise especialmente entre os 28 e os 38 anos. Geralmente, são mulheres bem sucedidas que após terem conquistado uma carreira se encontram num beco sem saída, insatisfeitas, infelizes, percebendo que o relógio biológico inexorável pode afastar delas o sonho de ser mãe! Entre os 27 e os 30, o primeiro retorno da Lua em progressão e o primeiro retorno de Saturno em trânsito provocam uma primeira grande crise: quem não casou, quer casar, quem não alcançou um patamar sólido na carreira, sente-se insegura e quem, finalmente, não teve filho teme não conseguir engravidar nunca mais!
Desde o período dos anos 50, do século passado, quando iniciou sua luta por espaço na sociedade machista, de então, a mulher luta, com unhas e dentes e com muita garra, mas acaba por perder parte de sua função biológica, frustrando o seu desejo da maternidade. Muitas dessas mulheres que vemos retratadas nas revistas femininas, com filhos no colo, (gêmeos em sua maioria) precisaram recorrer a métodos científicos, inseminações, hormônios, etc. Esse desequilíbrio biológico é menos sentido nas classes menos favorecidas onde a função da fêmea parece quase inalterado ha séculos! Podemos observar também que, nas classes sociais C e D, as mulheres ainda engravidam com mais facilidade (mesmo se não seria desejável gerar tantos filhos sem poder lhes dar o sustento) já que a ignorância e a falta de recursos deixa a função instintiva e animal do corpo funcionar melhor. E não estou me referindo aos países mais pobres, mas aquelas regiões do nosso país menos desenvolvidas especialmente em educação. Estou me referindo as moças de classes mais evoluídas, que têm acesso à educação e que ingressam no mercado de trabalho buscando a segurança e o status social. Nestes meios mais evoluídos de nossa sociedade, existe um medo muito difundido de não conseguir mais engravidar de maneira natural após uma certa idade. É bem verdade que, ao descalibrar o relógio biológico, o desequilíbrio orgânico se instala e uma cobrança interior acaba desencadeando a crise.
Mais tarde, por volta dos 36/38 anos acontece outra grande crise: Urano, o planeta da liberdade forma uma aspecto tenso com Plutão, o planeta do controle. Por causa disso, a tão almejada liberdade já alcançada por aquelas que escolheram primeiramente a carreira e a ascensão social, volta-se contra elas que percebem de repente um vazio interior, no ventre. Os bens materiais não podem suprir essa carência pois algo lhes falta para preencher a vida e dar-lhe uma finalidade. Algumas mulheres mais independentes, neste momento, escolhem fazer produções independentes, ou acabam escolhendo a adoção. Quase ao mesmo tempo, Plutão forma um aspecto consigo mesmo indicando que há uma necessidade de iniciar uma profunda transformação interior, instalando uma mudança de paradigma nas metas e planos de vida. Neste período, muitas vezes é necessário recorrer à psicanálise ou outras terapias de apoio para não sucumbir ao desespero. Essa crise é bem pior que a primeira, pois parece que o Cosmo inteiro conspira contra nós para testar nossos medos e nossas limitações.
O que fazer, então? Como é difícil ser mulher nesta época de transição entre as diversas Eras! A meu ver, devemos, cada uma de nós, procurar um arquétipo feminino com o qual nos identificar. Podemos procurar uma Deusa nos arquétipos femininos dos povos antigos, para nos identificar com ela e encontrar um espelho, um modelo, uma guia. Somente assim, poderemos superar as crises sucessivas, que virão com o envelhecimento, e continuar nos sentindo preenchidas, completas, realizadas, não por ter conseguido copiar os modelos sociais ou culturais de nossa época mas por ter encontrado a Deusa que reina dentro de cada uma de nos desde os primórdios da humanidade. Eu encontrei a minha. E você?
Caras leitoras, neste mês de Câncer, regido pela Lua que é o próprio símbolo da maternidade e sensibilidade feminina, vamos resgatar esse dom que é o mais precioso de nossa natureza. Continuem a me escrever. Compartilhem seus pensamentos e suas indagações. Fico muito feliz em compartilhar um pouco de suas histórias de vida!
Continuem lendo os artigos de astrologia para evoluir no caminho do autoconhecimento. Se puderem, façam uma interpretação de seu Mapa Natal sempre com um bom astrólogo profissional! E os homens que lêem meus artigos também podem me escrever para me dizer como enxergam essa nova mulher e como lidam com ela.
Desejo a todos uma semana cheia de Luz e Harmonia.
Sao Paulo, 12 de junho de 2012
fonte http://somostodosum.ig.com.br
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