Conheça um pouco mais da história deste humilde discípulo de Jesus, que mostrou a grandeza de seu espírito através de exemplos a serem seguidos por toda a humanidade.
São Francisco de Assis nascido Francesco Bernardone, em Assis no dia 26 de setembro de 1181 e desencarnou em 3 de outubro de 1226. Foi um santo vindo de uma família de comerciantes. Sua mãe talvez fosse francesa, o pai chamava-se Pedro Bernadone. Em Assis ficou conhecido como Francisco, ou seja o "pequeno francês".
Biografia
O nome de batismo inicial era Giovanni Bernardone (João Bernardone), dado pela mãe provavelmente em homenagem a João Batista, que o pai, Pedro Bernardone, altera para Francesco Bernardone. Por razões ainda muito controversas, acredita-se que o nome seria em homenagem à França, país com quem mantinha relações comerciais. Renunciou ao mundo em 1206, fez penitência durante dois anos e lançou-se a pregar em linguagem simples e ardorosa. Tem-se dito, que, imitando a cavalaria, Francisco também teve a sua dama, Madonna Povertà, a Senhora Pobreza, que ele serviu e cantou com grande entusiasmo. Em 1209 formou, com doze discípulos, a família dos doze irmãos menores. Os Clunicenses de Assis cederam-lhes um pouco de terreno, a porciúncula, e os Franciscanos construíram ali as suas choças. Adotaram vestuário dos humildes: túnica grossa de lã, com uma corda na cinta, e sandálias. A sua missão consistia em praticar e pregar simplicidade e amor a Deus e a caridade cristã. Esteve em Espanha e África, onde se juntou aos cruzados do Nilo. Fundou a Ordem dos Frades Menores em 16 de Abril de 1209. Em 1212 recolhe junto de si Clara d'Offreducci e algumas companheiras, que, perseguindo o mesmo ideal de pobreza, funda a Ordem das Clarissas. Assim, amava e respeitava todas as pessoas, ao mesmo tempo, que protegia animais e plantas aos quais chamava, carinhosamente, de irmãos. Para ele, também a chuva, o vento e o fogo deveriam ser reverenciados e respeitados como irmãos. Nunca consumia mais que o mínimo necessário para viver e incentivava a todas as pessoas a fazerem o mesmo. São Francisco é respeitado por várias religiões pela sua mensagem de paz. Ficou famosa uma oração atribuída a ele que começa com os dizeres "Senhor, fazei-me instrumento de Vossa paz...". Embora não haja certeza de sua autoria, ela reflete mais que qualquer outra os ensinamentos e a vida desse grande homem, reconhecido como santo no mundo todo e adotado como patrono da Ecologia e, porque não, da paz.
Vida e obra
Este Santo homem não vivia para si mesmo, mas para aquele que morreu por todos nós. Enchia a terra com o Evangelho de Cristo e em um dia percorria 4 ou 5 povoados anunciando o Reino de Deus, a Salvação, a Penitência e a Oração. Não sabia favorecer a vida dos pecadores e os repreendia pacientemente. Seus maiores milagres sempre foram através da Oração.
São Francisco era como um rio caudaloso de graça celeste que alimentava os corações com sua palavra e exemplo, propunha uma nova forma de vida, o caminho da salvação, o amor a Deus. Estava sempre preocupado com a construção espiritual de seus filhos, o caminho das virtudes, a pobreza, obediência, a castidade e sobretudo com a renúncia. São Francisco tinha o rosto alegre, de olhar simples, afeto sincero e com o abraço fraterno colhia os desamparados. Amava tanto a Deus que lutava constantemente pela salvação das almas, seu amor ao próximo era tão intenso que quando não podia mais andar e quase cego, percorria as terras montado em um jumento para levar a bênção do Senhor. Em seu amor a Deus sempre repetia: "Senhor! Minha alma tem sede de Vós e meu corpo mais ainda". Veio ao mundo com assinalado e luminoso destino, filho de pais abastados, nasceu em Assis velha cidade da Itália, situada na região da Úmbria em 26 de Setembro de 1182 e foi criado no luxo e na vaidade. Seu pai Pedro Bernardone, rico comerciante de tecidos, sonhava fazê-lo homem de negócios e de fortuna, mas Francisco, de gênio alegre e cavalheiresco pensava mais nas glorias do mundo do que nos negócios. Em 1202, com 20 anos, foi a guerra entre sua cidade natal e Perúgia, ao partir, jurou voltar consagrado cavaleiro. Caiu prisioneiro, ficando um ano na prisão. Comportou-se com serenidade, levantou a moral dos seus companheiros, transmitindo confiança e alegria. É resgatado pelo pai, por estar muito doente. Permanece um tempo em Assis para sua recuperação. Após uma mensagem em sonhos quis alistar-se novamente, mais ainda debilitado e doente, desiste e aceita os desígnios de Deus. É modelo de vida cristã para muitos jovens, e é dos maiores santos da Igreja Católica. A sua vida encontra-se bem relatada nas Fontes Franciscanas (colectâneas de textos de S. Francisco, Santa Clara, Santo António de Lisboa, entre outros).
Carta aos Governantes dos Povos
São Francisco escreveu: A todos os podestás, cônsules, juizes e regentes no mundo inteiro, e a todos quantos receberem esta carta, Frei Francisco, mísero e pequenino servo no Senhor, deseja saúde e paz. Considerai e vede que "se aproxima o dia da morte"(Gn 47,29). Peço-vos, pois, com todo o respeito de que sou capaz que, no meio dos cuidados e solicitudes que tendes neste século, não esqueçais o Senhor nem vos afastes dos seus mandamentos. Pois todos aqueles que o deixam cair no esquecimento e "se afastam dos seus mandamentos" são amaldiçoados (Sl 118,21) e serão por Ele "entregues ao esquecimento" (Ez 33,13). E quando chegar o dia da morte, "tudo o que entendiam possuir ser-lhe-á tirado" (Lc 8,18). E quanto mais sábios e poderosos houverem sido neste mundo, tanto maiores "tormentos padecerão no inferno" (Sb 6,7). Por isso aconselho-vos encarecidamente, meus senhores, que deixeis de lado todos os cuidados e solicitudes e recebais com amor o santíssimo sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, por ocasião de sua santa memória. Diante do povo que vos foi confiado, prestai ao Senhor este testemunho público de veneração: todas as tardes mandai proclamar por um pregoeiro, ou anunciai por algum sinal, que todo povo deverá render graças e louvores ao Senhor Deus Todo-Poderoso. E se não o fizerdes, sabei que havei de dar conta perante vosso Senhor Jesus Cristo no dia do juízo. Os que levarem consigo este escrito e o observarem saibam que serão abençoados por Deus nosso Senhor.
Primeiro chamado Divino
De fato, pouco depois, teve a visão de um esplêndido palácio, em que encontrou toda sorte de armas e uma noiva belíssima. No sonho, foi chamado pelo nome de Francisco e seduzido pela promessa de possuir todas aquelas coisas. Tentou, por isso, ir à Apúlia para entrar no exército e, tendo preparado com muita largueza tudo que era preciso, apressou-se para receber o grau da honra militar.
Seu espírito carnal sugeria-lhe uma interpretação carnal da visão que tivera, quando nos tesouros da sabedoria de Deus ocultava-se algo muito mais preclaro. Foi assim que, uma noite, estando a dormir, alguém lhe falou pela segunda vez em sonhos, interessado em saber para onde estava indo. Contou-lhe seus planos e disse que ia combater na Apúlia, mas foi solicitamente interrogado por ele: - “Quem lhe pode ser mais útil: o senhor ou o servo?” - “O senhor”, respondeu Francisco. E ele: “Então, por que preferes o servo ao senhor?” - “Que queres que eu faça, Senhor (cfr. At 9,6)?” perguntou Francisco. E o Senhor: - “Volta para a terra em que nasceste (cfr. Gn 32,9), porque é espiritualmente que vou fazer cumprir a visão que tivestes”.
Segundo chamado Divino
Refeito da grave doença e em período de transição que mudará sua vida, encontrava-se caminhando fora da cidade, quando viu um leproso vindo na sua direção, ficou apavorado, pois tinha horror desta doença, quis fugir, mas manteve-se firme, dirigiu-se ao doente, beijou-lhe as mãos e o rosto, em demonstração de afeto e encheu-lhe a bolsa de moedas, com generosidade.
Ao retirar-se sentiu-se vitorioso e voltou-se para ver uma vez mais o estranho, não logrou perceber figura alguma na estrada, o homem desaparecera misteriosamente. Após este fato sente o chamado de Deus., mas não muito, ainda viria Segundo chamado Divino. São Francisco costumava orar numa velha e abandonada capela, São Damião, frente a um crucifixo repetia fervorosamente: "Concedei-me Senhor, que Vos conheça, para poder agir sempre segundo a vossa luz e de acordo à vossa Santíssima vontade".
Terceiro chamado Divino
São Francisco ora ante a imagem do Cristo Crucificado e recebe a missão de restaurar a Igreja. Ora nas ruínas da Igreja de São Damião. Um dia, pareceu-lhe ouvir claramente: “Francisco, não vês que a minha casa está em ruínas? Restaurá-la para mim!”. Pensando tratar-se do velho templo onde se achava, agiu de pronto, contando para a reforma com o dinheiro de seu pai, que tinha em suas mãos.
Ano de 1206
Comparece ante o Bispo Dom Guido III acusado pelo pai de furto, devolve ao genitor o que lhe pertence, até as roupas e se declara servo de Deus. Pede ao Bispo sua bênção e abandona a cidade em busca dos caminhos do Senhor, o Bispo vê nesse gesto o chamado do Altíssimo e se torna seu protetor pelo resto da vida. São Francisco renuncia à todos os bens que o prendiam neste mundo, veste-se como eremita e começa a restauração da Capela de São Damião e cuida dos leprosos. Seis anos mais tarde, esta capela será o lar das Damas Pobres de Santa Clara.
Ante o Bispo de Assis e seu pai, devolve o dinheiro a este e se despoja até das roupas, pede a bênção do Bispo, dom Guido III É o começo da sua vida religiosa, sofre e luta da forma mais intensa; ele, que teve de tudo, abraça a pobreza, deve primeiramente vencer-se a si mesmo, para logo pedir esmolas. Ele ora e trabalha incessantemente. São Francisco dizia: "O trabalho, embora humilde e simples, confere honra e respeito e sempre será um mérito ante Nosso Senhor".
Ano de 1208
Restaura a igreja de Sta. Maria de Anjos (porciúncula). Esta pequena igreja se conserva dentro da grande Basílica de São Francisco em Assis (Erigida por frei Elias). Restaura a Igreja de Sta. Maria de Anjos e São Pedro, persuadido de que sua missão principal era a de restaurar e construir igrejas zelava ardentemente pelos lugares em que se celebravam os Santos Mistérios.
A torre da igreja de São Pedro, capela que o Santo restaurou, essa torre é moderna, mais esse é o lugar. Um dia, na missa de São Matias, escuta o Evangelho sobre a missão Apostólica, como Nosso Senhor enviou seus discípulos para pregar o Reino de Deus e a Penitência, fica tão impressionado que decide então seguir a vida de Nosso Senhor seria pobre como Ele e pregaria o Evangelho, muda suas vestes de eremita e passa a ser um pregador ambulante e descalço, começa o estilo de vida Franciscano. Desde então foi Apóstolo, não descansou jamais, nenhum instante sequer, pregou a paz e o amor no coração, vivendo sem ódio, egoísmo, inveja ou outros sentimentos mesquinhos, seus discursos sempre foram claros, simples, mas incisivos, que a todos afetavam profundamente.
Ano de 1209
Recebe os primeiros irmãos: Frei Bernardo de Quintavalle que será mais tarde seu sucessor, homem de grande fortuna que abandona tudo para seguir São Francisco. Frei Pedro Cattani, cônego e conselheiro legal de Assis, homem de esmerada cultura, instrução e dotado de grande inteligência. E o irmão Leão que será sempre e em todas as horas o fiel companheiro.
Ano de 1210
Com 11 irmãos vai a Roma, levando uma breve Regra (esta se perdeu). O Papa Inocêncio III admirado, ouve a exposição do programa de vida e com regras tão severas, fica indeciso e decide esperar, assim e tudo aprova as regras só verbalmente. Conta-se que dias mais tarde o Papa em sonhos teve a revelação da missão destinada por Deus à Francisco (se diz que este Papa foi enterrado com vestes Franciscanas). Instala-se com seus irmãos em Rivotorto, perto de Assis, num rancho abandonado e próximo de um leprosário, esta mísera residência foi a primeira casa por uns tempos dos irmãos Franciscanos, foi uma vida difícil, sombria e assinalada por duras provas, mas São Francisco só desejava enxugar as lágrimas dos desprezados do mundo, os pobres e os leprosos. Apesar do espírito de renúncia e sacrifício que deveria existir na vida de seus filhos espirituais São Francisco pregava que um servo de Deus não podia manifestar tristeza, desanimo ou impaciência. Na alegria da vida, o Santo via a fortaleza da alma cristã, a força que devia levar aos desamparados e todos àqueles que sofriam provações. Suas humildes túnicas amarradas por um simples cordão levam até hoje três nós, são seus votos de: Pobreza, Obediência e Castidade. Irradiam a luz Franciscana para toda a Itália, envia missionários, ao igual que o Cristo, aos pares para pregar o Evangelho, envia também à todo o Continente Europeu. Na Alemanha são maltratados e encarcerados, pois não sabiam falar o idioma e a tudo respondiam "Ja" ("Sim"): exemplo: "vocês são hereges? E eles respondiam “Ja”. São Francisco orava e trabalhava sem cessar, assistia as viúvas, às crianças famintas, a todos os deserdados, fosse no campo, nas cidades ou nos mosteiros, derramava suas orações para converter os pecadores, proclamava a paz, pregando a salvação e a penitência para remissão dos pecados, resolvia conflitos, desavenças, estabelecendo sempre a harmonia em nome do Senhor. Compreendia a dor e o sofrimento, pelo amor a Deus, considerava-se um pecador, o mais miserável dos homens, vivia em penitência e jejum, purificando seu corpo e todo seu ser, renunciava às mais mínimas comodidades. Era severíssimo com ele, como São Paulo, ao qual admirava, mais aos seus filhos espirituais não permitia que fizessem demasiada penitência nem jejum, pedia sempre que imperasse a virtude da moderação, para assim poder melhor servir a Deus.
Ano de 1212
Os padres Beneditinos oferecem-lhe as pequenas igrejas de Santa Maria dos Anjos, em Porciúncula, pois eram muitos os homens que atraídos pela vida de pureza do Santo, queriam ser acolhidos na Ordem. Esta seria o berço da ordem Franciscana, os frades renovam solenemente seus votos, o Santo os chama de "Frades Menores" porque sempre serão pobres e humildes. Como nosso Senhor Jesus Cristo desejava que fossem seus apóstolos, fossem puros e livres das coisas deste mundo, ter o coração e a mente dominados pelo desejo de Deus, para trilhar o caminho da bem-aventurada simplicidade. Trabalhava com suas próprias mãos para alcançar os meios de subsistência, só em último caso pediam ajuda a outros, jamais deveriam possuir bens de qualquer natureza, assim não teriam correntes que os prendessem à terra, não temiam a desaprovação, a caridade os levava até tirar o pão da boca ou a despojar-se de suas míseras vestes para ir em socorro de quem estivesse com fome ou fosse mais pobre do que eles. No mesmo ano de 1212 funda a segunda Ordem das Pobres Damas, destinada às mulheres que desejassem deixar o mundo, numa dedicação exclusiva à Deus e a nosso Senhor, para uma vida de oração e de santa pobreza. A figura central á Santa Clara de Assis jovem nobre que abandonou tudo para seguir a São Francisco, hoje conhecidas como as Irmãs Clarissas.
Ano de 1213
O Conde Orlando de Chiusi oferece a São Francisco um monte chamado Alverne, para servir de eremitério, retiro e oração. É aqui que São Francisco recebe os sagrados estigmas.
Ano de 1216
Obtém do Papa Honório III, sucessor de Inocêncio III e a pedido do próprio São Francisco a Indulgência para a Igreja de Santa Maria dos Anjos. Ato bastante audacioso do Santo pois a Indulgência só era dada aos peregrinos da Terra Santa e aos Cristãos que iam às Cruzadas. Indulgência é a remissão dos pecados na terra e no céu, por todas as culpas cometidas desde o nascimento.
De 1217 a 1219
Levou São Francisco o Evangelho a todos os povos sarracenos e hereges. Efetuam-se grandes missões ao exterior. São Francisco visita o Santuário de San Tiago de Compostella na Espanha. Vai de navio a Marrocos, no Egito atravessa as linhas inimigas e vai ao acampamento do Sultão do Egito Melek el Kamel, temido guerreiro pela sua crueldade e que comandava as forças Muçulmanas nas Cruzadas contra os Cristãos. O Sultão fica surpreso com o audaz visitante, mantém longas conversas com São Francisco e pede para que fique com ele. São Francisco responde: "De bom grado fico se te convertes ao Cristianismo e pedes o mesmo ao teu povo".
No Egito, ante o Sultão Melek-el Kamel, temível guerreiro muçulmano (no tempo das cruzadas), ante o qual São Francisco efetua um milagre. Em Damieta, São Francisco se encontra com os Cristãos que faziam parte das Cruzadas e que tinham sido derrotados pelos Muçulmanos, ele cuida dos feridos, prega a palavra de Deus, levando a todo conforto espiritual, diz a historia que nessa batalha morreram 6.000 cristãos. Em Marrocos, 5 de seus missionários são mortos e decapitados, foram os primeiros mártires da família Franciscana e em 1481 são canonizados pelo Papa Sisto IV. Até hoje, os Frades Menores encontra-se em todo o Oriente, trabalhando pela conversão ao Cristianismo. Desde os primeiros tempos estes Frades Menores tem a custódia do Santo Sepulcro em Jerusalém, obra que causa admiração aos cristãos do mundo inteiro, esta conquista se deve a suas Santas Missões, pelas orações, pelas obras de caridade, porem nunca pela força. A sua volta do Oriente, por onde passa São Francisco estabelece a paz, converte os incrédulos, opera inúmeros milagres através da oração, cura doentes, inclusive um menino cego de um olho, que mais tarde foi frade. Em todas as cidades lhe prestam homenagem, mas ele se mantém sempre humilde e em penitência, com uma vida cheia de amor, fé e obras. Em Bolonha instala seu primeiro hospital. Conhece Santo Antônio de Pádua, que era cônego de Santo Agostinho, o qual passa para os irmãos Menores, era um profundo estudioso das Sagradas Escrituras e grande orador. São Francisco por carta pede ao seu querido irmão que ensine Teologia aos frades para que não se extinga o espírito da oração e devoção como mandava a Regra. Faz amizade também com São Domingos de Gusmão, fundador dos Dominicanos. Conta-se que este, arrebatado em êxtase recebeu um rosário das mãos da Santíssima Virgem, nossa Senhora do Rosário, Ordem dos Pregadores, hoje Dominicanos. Por ocasião do Concílio de Latrão em 1215 encontram-se em Roma, Francisco e Domingos. Dizem que ao sair de uma igreja Domingos viu São Francisco de Assis, reconhecendo de imediato o homem predestinado por Deus para a restauração da Igreja Universal. Sentiram-se atraído um pelo outro e uma santa amizade uniu aquelas duas almas, que tanto bem deveriam fazer para a humanidade. Os dois receberam do Papa Inocêncio III, em Roma, no ano de 1215 a incumbência de um trabalho gigantesco para a gloria de Deus e salvação das almas. São Francisco sempre foi um grande devoto da Santíssima Virgem Maria, prestou-lhe sempre homenagem. Foram os Franciscanos os promulgadores da devoção da Imaculada Conceição. O dogma foi promulgado em 1854. A virgem Maria representava para São Francisco as portas do céu, ela lhes oferecia o diurno auxílio na senda espiritual. Apesar de sua vida de árduos trabalhos, São Francisco agradecia sempre a Deus, porque se julgava um homem feliz, pelas graças que recebia. O Pensamento de São Francisco nunca se afastava da luz divina, era uma oração ininterrupta, sempre aperfeiçoando suas virtudes, jamais teve ostentação, as palavras do Evangelho e a vida do nosso Senhor Jesus Cristo estavam sempre presentes. Na sua humildade unia-se cada vez mais a Deus, desejando a confraternização de todos os seres, sem distinção de raça, credo ou cor. Ele repetia: "Todos os seres são iguais, pela sua origem, seus direitos naturais e divinos e seu objetivo final. Homens pobres, ricos e poderosos, rudes ou letrados pediam para seguir-lhe naquela vida.
Ano de 1221
Funda a Ordem Terceira, ainda como instrumento de concórdia e de bem estar social. À Ordem primeira dos Frades Menores incumbia o apostolado de seguir os passos do nosso Senhor Jesus Cristo e de exemplo de obediência para a Igreja; á Ordem Segunda das Pobres Damas o sacrifício, a oração e o amor a Deus no Claustro e à Ordem Terceira a nobre missão de reavivar nas consciências a honestidade dos costumes e os sentimentos Cristãos de paz e caridade, destinada a homens e mulheres que sem deserção da própria família e sem renunciar as suas propriedades, pudessem levar a todos os sentimentos Cristãos e a estes os chamou de Irmãos da Penitência, conhecida hoje como Ordem Terceira Franciscana e seus membros tentam alcançar a perfeição Cristã. Nesse mesmo ano é aprovada a terceira Regra, chamada de Regra Bulada (aprovada) que impera até hoje, o texto original conserva-se como relíquia no Sacro Colégio de Assis, outra cópia, com a aprovação Papal se encontra no Vaticano.
Ano de 1224
O Frei Elias fica sabendo em sonhos que São Francisco só terá mais dois anos de vida. Neste mesmo ano o Santo de Assis nomeia o próprio Frei Elias vigário, para suceder o Frei Pedro Cattani, falecido há pouco. São Francisco inspirado por Deus junto com o Irmão Leão, seu fiel companheiro e confessor e outros Frades retira-se ao Monte Alverne já bastante doente, preparando-se para a quaresma de oração e jejum e a festa de São Miguel Arcanjo, vive em louvor a Deus passando noites e dias inteiros em oração, só um pedaço de pão e água que o irmão Leão lhe levava. O Santo de Assis aceitou os percalços e as vicissitudes da vida terrena, numa demonstração de coragem e de fé inabalável, sempre aceitou tudo se colocando dentro da virtude da humildade, e de todas as graças dadas pelo Espírito Santo, nenhuma é mais preciosa do que a da renúncia. O maior dom de Deus é o da vitória sobre o amor próprio. É feliz todo aquele que suporta todos os sofrimentos por amor a Deus. Em toda sua vida religiosa espalhou o amor universal, a caridade, a paz e a humildade, levando felicidade a muitas almas, quantas vezes no fim da sua vida, doente estigmatizado e quase cego visitava cidades e aldeias pregando as verdades evangélicas, atendia os pobres, os leprosos e necessitados, com seu coração cheio de santas consolações pedindo a paz, jamais dando por terminada sua missão terrena e desejando ainda servir a Deus. Corrigia com doces palavras, mas sabia ser enérgico quando necessário. Falava aos seus filhos espirituais para que se afastassem do orgulho, vaidade, egoísmo e avareza, que fossem sempre o exemplo da santa pobreza (como ela a chamava), humildade, caridade e trabalho. Sempre foi simples em tudo, severo consigo mesmo, mas benigno com os outros. Nos ensinamentos do Evangelho encontrava o apoio para aliviar a dor de aquelas almas que em desespero acudiam a ele, e através da sua fervorosa oração operou grandes milagres. Ele dizia: "Tudo o que faço é Nosso Senhor que me guia". Sua alma pura e cristalina aparecia aureolada de luz e ao igual que o Apóstolo Paulo repetia: "Já não vivo eu, é Cristo que vive em mim". Suas orações e meditações, constantes e prolongadas por dias e noites eram elevadas ao Ser Divino, que ele tanto amava, eram de adoração, de louvor e de ação de graças, ardentes diálogos para poder servir melhor ao Senhor, outras para pedir pelos pobres, os doentes e desamparados, ou para implorar sem cessar a Deus por seus filhos espirituais, temendo a infidelidade de uns e a deserção de outros. Conta-se que estando ante uma visão divina, dizia humildemente: "Senhor Deus, que será depois da minha morte, da tua pobre família, que por tua benignidade foi entregue a mim pecador? Quem a confortará? Quem a corrigirá? ou Quem rogará por ela? Prometeu-lhe o Senhor que seus filhos espirituais não desapareceriam da face da terra, até o fim dos tempos, grandes graças do céu receberiam os religiosos da Ordem que permanecessem na prática do bem e na pureza da Regra. Os frades Franciscanos existem há mais de 800 anos!!
O milagre da vertente, São Francisco orando a caminho do monte Alverne (onde São Francisco recebeu os estigmas). Conta-se que quando ia para o Eremitério, na longa caminhada de Assis ao monte Alverne, o pobre homem, dono do jumento que levava São Francisco lastimava-se dolorosamente: "Estou morrendo de sede, se não beber água vou morrer!". O Santo compadecido e vendo o lugar tão árido, composto só de pedras e cascalho, desceu do jumento e ficou em fervorosa oração, logo disse ao homem: "Corre para trás daquela pedra, ali encontrarás água viva, que neste momento Cristo com sua força, misericórdia e poder fez nascer". Este fato é muito comentado porque nessa região nunca existiu água. No monte Alverne falou aos irmãos: "Sinto aproximar-me da morte e desejo permanecer solitário, recolher-me com Deus para lamentar meus pecados". O Frei Leão contava que muitas vezes viu São Francisco em êxtase adorando a Deus em visões celestiais. Em uma oportunidade viu que São Francisco falava diante de uma resplandecente chama, outra vez disse que viu o Santo extrair algo de seu peito para oferecer a Deus, o Frei Leão perguntou depois a São Francisco o que significava aquilo e ele respondeu: "Meu irmão, naquela chama que viste estava Deus, o qual daquela maneira me falava, como antigamente o fez com Moisés, e entre outras coisas me pediu para lhe oferecer três coisas, e eu lhe respondi: Senhor meu, Tu sabes bem que só tenho o hábito, o cordão e uma pobre vestem e ainda estas três coisas são Tuas, que posso, pois Te oferecer Senhor?" "Então Deus me disse: Procura no teu peito e oferece-me o que encontrares. Levei a mão ao coração e encontrei uma bola de ouro e a ofereci a Deus e assim fiz por três vezes, segundo Deus me ordenara! Imediatamente pude compreender que aquelas três oferendas significavam: a Santa Obediência, a Altíssima pobreza e a Esplêndida Castidade". Noutra ocasião o próprio São Francisco ainda deslumbrado, contou a Frei Leão que viu-se cercado de inúmeros anjos, um deles tocava em delicado violino uma maravilhosa música e que se o anjo continuasse com os acordes da celeste melodia, ele certamente teria deixado a vida terrena, para participar das harmonias eternas. Na solidão em que desejou ficar o Santo também teve momentos de difíceis provações. Nos estados contemplativos, eram-lhe revelados por Deus, não somente coisas do presente, mais também do futuro, assim como, por exemplo, as dúvidas, os secretos desejos e pensamentos dos irmãos. Frei Leão numa hora amarga quando sofria tentações, recebeu uma preciosa bênção para qualquer doença do espírito. Uma bênção assinada com um simples Tau, que representa o símbolo da cruz, o amor a Cristo, também é o signo dos que são amados por Deus, São Francisco tinha grande veneração por este símbolo e nas suas cartas assinava com ele. Tau é a transformação, o equilíbrio, o trabalho, a conversão interior que o homem deve sofrer para unir-se as coisas superiores.
Bênção a Frei Leão: "O Senhor te abençoe e te proteja. Mostre a Sua face e se compadeça de ti. Volte para ti o Seu rosto e te dê a paz. Frei Leão, que o Senhor te abençoe". Tchau São Francisco amava tanto o Cristo crucificado que pediu ardentemente duas graças, que antes de morrer pudesse ele (São Francisco) sentir na alma e no corpo o amor e o sofrimento da paixão e o Santo de Assis alcançou essas duas graças. Ele pode ver no céu, um Serafim todo resplandecente de luz que se lhe aproximou e recebe os estigmas da Paixão, traspassando-lhe os pés, as mãos e o lado direito, imprimiu-lhe no corpo os sagrados estigmas do Cristo, isto foi em 14 de setembro de 1224.
São Francisco em êxtase, recebe os estigmas, a sua frente o Serafim Alado com o rosto de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Ano de 1225
São Francisco retorna a Sta. Maria dos Anjos, muito doente e quase cego, muitos foram os milagres realizados com seus estigmas, temos o exemplo quando em Rieti, em 1225 uma grave peste devastava os rebanhos, as ovelhas caíam vitimadas por estranho mal, alguém que conhecera São Francisco pediu-lhe a bênção e a sua valiosa oração para que Deus fizesse cessar a peste. O Santo, abençoando, mesmo de longe a região atingida, e mesmo estigmatizado, orou humildemente, e deu-se o milagre, da noite para o dia desapareceu o terrível mal. A corte papal envia-lhe médico para tratamento, nada resolve, sabendo-se próximo da morte, desde a planície lança uma bênção sobre Assis, compõe o Cântico ao Sol e dita seu testamento.
Morte de São Francisco, rodeado de seus Filhos Espirituais e coro de Anjos. Fez ler o Evangelho e na Última Ceia abençoa seus filhos espirituais presentes e futuros.
Sta. Clara na porta do convento de São Damião, despede-se dos restos mortais de São Francisco. No dia 3 de outubro de 1226, morre São Francisco de Assis, cantando o Salmo 141 e foi sepultado na Igreja de São Jorge na cidade de Assis.
Ano de 1228
A dois anos da sua morte é canonizado pelo próprio Papa Gregório IX no dia 16 de julho de 1228, que vai a Assis. Conta-se que o Papa Gregório IX duvidando da chaga do lado de São Francisco, conforme depois contou, apareceu-lhe uma noite São Francisco e erguendo um pouco o braço direito, descobriu a ferida do lado e o Papa viu o sangue com água que saía da ferida, toda dúvida foi apagada.
Ano de 1230
Suas relíquias foram trasladadas para a nova Basílica em construção.
Fonte http://aveluz.ning.com/profiles/blogs/s-o-francisco-de-assis